domingo, 21 de julho de 2024

Equilíbrio Vegeto-Magnético - Revista Umbanda Iniciática Quarta Edição

 O equilíbrio vegeto-magnético na Umbanda Iniciática

Quando, há 3 anos, o Templo do Caboclo 7 Ondas foi aberto, sob o comando de mestre Ygbere, e sob a vibratória de Pai Moçambique e Caboclo 7 Ondas, eu não poderia imaginar que hoje estaria escrevendo para nossa revista digital. Nosso trabalho foi aos poucos se apresentando e se estruturando, culminando  com um site, mídias digitais (facebook, Instagram, YouTube), e nossa revista digital, que está agora no seu quarto exemplar.  Eu os convido à leitura deste número.

Esta é a minha introdução a um assunto que me encanta há anos, e que me fez partir do academicismo para o conhecimento tradicional e popular, as Ervas e seu poder de cura na Umbanda Esotérica/Iniciática.

Para introduzir o assunto, não posso deixar de lembrar de minha bisavó Mãe Chica. Essa simples e forte mulher nasceu e viveu no sul de Minas, onde se casou jovem e deu a luz a muitos filhos, vivendo sempre na zona rural, sob a luta árdua pelo pão de cada dia. De alguma forma, não sei ao certo, ela se tornou a benzedeira da região, parteira e curandeira da população. Nos momentos de aflição, recorriam a ela, que usava de seu conhecimento para aliviar o sofrimento de todos. Ela viveu de forma simples, e morreu também assim. Mas, seu nome ecoou até minha geração, quando nasci e me tornei médica. Eu sei que herdei dela sua Coroa, e sinto-me honrada em receber dela esse legado.  Que eu consiga combater a dicotomia entre a Ciência e Religião, que eu consiga mostrar que essa luta entre elas é irracional, desnecessária e intransigente. O radicalismo nos distancia, alimenta a violência e marginaliza os diferentes. 

Eu não consigo acreditar que para ser uma cientista, tenho que me afastar da fé e da religiosidade. A meu favor, tenho nomes como Copérnico, Newton, Kepler, Descartes, Einstein. Eu sei que o Iluminismo nos tornou céticos, mas ele surgiu apenas no século XVIII. E em nome da racionalidade, apagamos toda a história da Humanidade, como se até aquele momento só tivessem nascido seres incapazes de pensar, criar, e se superar. Todos sabemos que grandes gênios tornaram possível a permanência da nossa espécie neste planeta, e portanto, algo só poderia estar errado nesse raciocínio pueril e recente. 

Com que arrogância a Ciência Moderna desprezou conhecimentos que datam mais de 5500 anos, como o Livro do Imperador Amarelo (Texto de Medicina mais antigo encontrado), ou os manuscritos de Imhotep (que viveu 2500 anos antes de Hipócrates)? Como ignorar todo o conhecimento trazido pelo Vedanta , pelo Taoísmo (Yin/Yang, Teoria do 5 movimentos, Fitoterapia ) ou pelo Hinduísmo (Medicina Ayurvédica)?

Não consigo deixar de comparar a Ciência Moderna, com sua arrogância e egocentrismo, a um adolescente que, recém saído da infância, ignora os pais e seus conselhos, como se tivesse recebido a iluminação, e de nada precisasse, pois seria já detentor de todo o conhecimento e experiência de que precisasse. Ao ignorar os mais velhos e à sua sabedoria, tolamente sofre as injunções que a vida adulta traz. 

Por que a realidade é assim tão envolvente e ilusória? 

Por que ignorar a subjetividade, a fé e principalmente a experiência religiosa? 

Se nos recusarmos a olhar além do que os olhos enxergam, deixaremos de perceber muito do que há no nosso Universo. Se pensarmos apenas nos vírus, bactérias, átomos e subpartículas, já poderíamos entender o quanto nosso olhar racional é limitado. Se não fossem homens e mulheres corajosos, que teimaram em olhar além, nunca saberíamos da existência e da importância que eles têm, e ainda estaríamos presos à Pré-História.

A experiência religiosa é individual (profecias, visões, sonhos), e pode ser desencadeada pelo grupo, por meio de rituais (cantos, danças, ritos religiosos, bebidas sagradas). O fato é que temos necessidade de comunhão com o desconhecido, seja ele qual for, e isso transcende ao aspecto de religião, e cada um vai se expressar da forma que mais lhe adequar, ou lhe falar à alma. Por isso, tantas e diferentes religiões em nossa época, porque tantas e diferentes são as necessidades de cada um.  O que buscamos ao comungar com o desconhecido é a transcendência. Do homem comum/ordinário, para o homem iluminado/superior. 

Portanto, quando coube a mim a escolha, eu optei por ouvir os mais velhos, e a não ignorar a Ancestralidade que carreio em meus genes e principalmente em meu Ori/Coroa/Astral. Eu fui levada muito cedo a pensar a respeito, graças a esses seres iluminados que sempre ampararam minha caminhada. E, enquanto eu crescia em inteligência racional e conhecimento acadêmico, eles me chamavam a olhar outros aspectos da realidade humana. E, ainda pequena (cerca de 10 anos), buscava livros nada recomendados para minha idade. E foi assim, que de livro em livro, da Renovação Carismática Católica, Espiritismo e Esoterismo, cheguei à Umbanda Esotérica/Iniciática, onde hoje vivencio minha fé e minha religiosidade. 

Ao introduzir esse tema, quero primeiro saudar a Oxossi/Ossae e sua Macaia, e peço agô para discorrer sobre esse assunto tão fascinante e misterioso. Saúdo também a Ogun/Obá que com sua Espada, cortou o mau e trouxe o equilíbrio a muitos que acorreram ao nosso terreirinho. Agô aos meus queridos Pretos e Pretas Velhas, mandingueiros de luz, que com Arruda e Guiné fizeram grandes mudanças nas vidas de nossos consulentes. Abençoem meus humildes e despretensiosos propósitos. 

Por que falar de Ervas? Hoje estamos tão afastados delas, que mal as conhecemos pelo nome. Muitas delas, nunca ouvimos falar. Mas, se puxarmos pela memória, veremos que elas fizeram, fazem e farão parte de nossa vida.

Quem nunca tomou um chá indicado pela mãe, pela tia ou pela avó, para aliviar cólica, diarreia, cefaleia, ou uma dor qualquer? Quem nunca fez um escalda pés, uma compressa, um emplastro? 

Alguns já devem ter tomado uma dose de uma garrafada indicada pela benzedeira local, se tiveram a benção de conhecer alguma e por ela ter sido atendida.  Hoje, as garrafadas são menos comuns, ficando restritas às cidades pequenas, no interior do Brasil, onde se escondem as benzedeiras, com suas rezas, chás e defumações. Antes, numerosas e valorizadas, hoje raras. Já não conseguem mais passar seus conhecimentos ancestrais às novas gerações ( informatizadas e digitalizadas). 

O cheiro e o gosto das ervas nos acompanham desde pequenos. Elas fazem parte de nossas experiências e ficarão guardadas nos nossos arquivos do subconsciente. E quando precisarmos, lembraremos e as utilizaremos novamente. Assim foi, assim é, e assim será por gerações. Tolos seremos se não buscarmos compreender melhor o poder curativo das plantas.

A palavra curar em inglês heal, vem do inglês arcaico haelan, que não significa apenas curar, mas tornar inteiro. Tornar novamente inteiro (equilibrado) o doente (desequilibrado).  E foi esta propriedade que nos fez utilizar as Ervas, por tentativa e erro, no desejo de aliviar a dor e o sofrimento do grupo primitivo. Mas, algumas dessas ervas mostraram-se dotadas de poder muito além do alivio das dores. Elas se mostraram úteis para limpeza espiritual, atraindo ou dissipando energias, fortalecendo o campo áurico, atraindo prosperidade material, fortalecendo a saúde, acalmando, alegrando. E ainda, limpando, purificando e harmonizando os ambientes. E, ainda aguçando a intuição, afinando o mediunismo, e possibilitando o contato com os Planos Superiores.

Enfim, falar de Ervas significa descortinar um mundo de possibilidades. 

E espero despertar no leitor o interesse pelo assunto. A cada número novo desta revista digital, iremos juntos aprender mais um pouco sobre elas. Eu convido todos a iniciarmos essa jornada. Sejam bem vindos!



https://www.umbandainiciatica.com.br/revista-umbanda-iniciatica-4a-edicao-dezembro-2020/


 



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