A glândula Pineal é aproximadamente do tamanho de uma ervilha,
estando situada no centro do cérebro em uma pequena concavidade atrás e acima
da glândula pituitária, a qual se localiza um pouco atrás da base da raiz do
nariz. A Pineal está localizada diretamente atrás dos olhos, conectada ao
terceiro ventrículo.
A verdadeira função dessa glândula misteriosa tem sido observada
há longa data por filósofos e místicos. Freqüentemente, a glândula pineal surge
como o centro de nosso relacionamento com outras dimensões, e tem sido assim
nas mais variadas correntes religiosas e místicas, há milhares de anos.
O mistério não é recente. Há mais de dois mil anos, a glândula pineal, ou
epífise, é tida como a sede da alma. Para os praticantes do ioga, a pineal é o
ajna chakra, ou o “terceiro olho”, que leva ao autoconhecimento. O
filósofo e matemático francês Renê Descartes, em Carta a Mersenne, de
1640, afirma que “existiria no cérebro uma glândula que seria o local onde a
alma se fixaria mais intensamente”. Atualmente, as pesquisas científicas
parecem ter se voltado definitivamente para o estudo mais atento desta
glândula. Estaria a humanidade próxima da comprovação científica da integração
entre o corpo e a alma? Haveria um órgão responsável pela interação entre o
homem e o mundo espiritual? Seria a mediunidade, de fato, um atributo biológico
e não um conceito religioso, como postulou Allan Kardec?
Nós vivemos em três dimensões e
nos relacionamos com a quarta, através do tempo. A pineal é a única estrutura
do corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que
estão além dessa dimensão 3D.
Para
responder a estas e outras perguntas, a revista Espiritismo & Ciência
conversou com o psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo,
Dr. Sérgio Felipe de Oliveira. Diretor-clínico do Instituto Pineal Mind, e
diretor presidente da AMESP (Associação Médico-Espírita de São
Paulo), Sérgio Felipe de Oliveira é um dos maiores pesquisadores na área de
Psicobiofísica da USP, e vem ganhando destaque nos meios de comunicação
com suas pesquisas acerca do papel da glândula pineal em fenômenos ligados à
mediunidade.
Fale um pouco sobre
seu trabalho à frente da AMESP e do Instituto Pineal Mind:
A AMESP é uma associação de utilidade pública que reúne médicos dedicados ao estudo da relação entre a medicina e a espiritualidade. O Pineal Mind é minha clínica, um instituto de saúde mental, onde fazemos pesquisas e atendemos psicoses, síndromes cerebro-vasculares, ansiedades, depressão, psicoses infantis, uso de drogas e álcool. Temos um setor de psiconcologia (psicologia aplicada ao câncer) e estudamos também os aspectos psicossomáticos ligados à cardiologia, etc. Agora, particularmente nas pesquisas comportamentais, eu estudo os estados de transe e a mediunidade. Mas não pesquiso só a glândula pineal; ela é o que eu pesquiso no cérebro, interessado em entender a relação entre corpo e espírito.
A AMESP é uma associação de utilidade pública que reúne médicos dedicados ao estudo da relação entre a medicina e a espiritualidade. O Pineal Mind é minha clínica, um instituto de saúde mental, onde fazemos pesquisas e atendemos psicoses, síndromes cerebro-vasculares, ansiedades, depressão, psicoses infantis, uso de drogas e álcool. Temos um setor de psiconcologia (psicologia aplicada ao câncer) e estudamos também os aspectos psicossomáticos ligados à cardiologia, etc. Agora, particularmente nas pesquisas comportamentais, eu estudo os estados de transe e a mediunidade. Mas não pesquiso só a glândula pineal; ela é o que eu pesquiso no cérebro, interessado em entender a relação entre corpo e espírito.
O que é psicobiofísica?
É
a ciência que integra a psicologia, a física e a biologia. Na biologia,
estudamos o lobo frontal, responsável pela crítica da razão; mas o cérebro
funciona eletricamente – aí entra a física, que serve de substrato para o
pensamento crítico, que é o psicológico.
Quando surgiu seu interesse no aprofundamento
do estudo da pineal?
Foi por volta de 1979/80, quando eu
estava estudando a obra de André Luiz, psicografada por Chico Xavier. Em
Missionários da Luz, a pineal é claramente citada.
No relato do Espírito André Luiz, através da
psicografia de Chico_Xavier ocorrida em 1943, no livro Missionários da Luz , o
orientador Alexandre faz as seguintes considerações: “… analisemos a epífise
como glândula da vida espiritual do homem. Segregando energias psíquicas, a
glândula pineal conserva ascendência em todo o sistema_endócrino. Ligada à
mente, através de princípios eletromagnéticos do campo_vital, que a ciência
comum ainda não pode identificar, comanda as forças_subconscientes sob a
determinação direta da vontade. As redes nervosas constituem-lhe os fios
telegráficos para ordens imediatas a todos os departamentos celulares, e sob
sua direção efetuam-se os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns
autônomos dos órgãos…”.
Nesta mesma época, eu já pleiteava o
curso de Medicina. No colégio, estudando Filosofia, fiquei impressionado com a
obra de Descartes, que dizia que a alma se ligava ao corpo pela pineal. Quando
entrei na faculdade, corri atrás destas questões, do espiritual, da alma e de
como isso se integra ao corpo.
O que é a glândula píneal, onde está
localizada e qual a sua função no organismo?
A pineal está localizada no meio do
cérebro, na altura dos olhos. Ela é um órgão cronobiológico, um relógio
interno. Como ela faz isso? Captando as radiações do Sol e da Lua. A pineal
obedece aos chamados Zeitbergers, os elementos externos que regem as noções de
tempo. Por exemplo, o Sol é um Zeitberger que influencia a pineal, regendo
0 ciclo de sono e de vigília, quando esta glândula secreta o hormônio
melatonina. Isso dá ao organismo a referência de horário. Existe também o
Zeitberger interno, que são os genes, trazendo o perfil de ritmo regular de
cada pessoa. Agora, o tempo é uma região do espaço. A dimensão espaço-tempo é a
quarta dimensão. Então, a glândula que te dá a noção de tempo está em contato
com a quarta dimensão. Faz sentido perguntarmos: “Será que a partir da quarta
dimensão já existe vida espiritual?” Nós vivemos em três dimensões e nos
relacionamos com a quarta, através do tempo. A pineal é a única estrutura do
corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que estão
além dessa dimensão nossa. A afirmação de Descartes, do ponto em que a alma se
liga ao corpo, tem uma lógica até na questão física, que é esta glândula que
lida com a outra dimensão, e isso é um fato.
Outros animais possuem a epífise? Ela está
relacionada á consciência?
Todos os animais têm essa glândula; ela
os orienta nos processos migratórios, por exemplo, pois ela sintoniza o campo
magnético. Nos animais, a glândula pineal tem fotorreceptores iguais aos
presentes na retina dos olhos, porque a origem biológica da pineal é a mesma
dos olhos, é um terceiro olho, literalmente.
Esta glândula seria resquício de algum órgão
que está se atrofiando, ou estaria ligada a uma capacidade psíquica a ser
desenvolvida?
Eu acredito que a pineal evoluiu de um
órgão fotorreceptor para um órgão neuroendócrino. A pineal não explica
integralmente o fenômeno mediúnico, como simplesmente os olhos não explicam a
visão. Você pode ter os olhos perfeitos, mas não ter a área cerebral que
interprete aquela imagem. É como um computador: você pode ter todos os
programas em ordem, mas se a tela não funciona, você não vê nada. A pineal, no
que diz respeito à mediunidade, capta o campo eletromagnético, impregnado de
informações, como se fosse um telefone celular. Mas tudo isso tem que ser
interpretado em áreas cerebrais, como por exemplo, o córtex frontal. Um
papagaio tem a pineal, mas não vai receber um espírito, porque ele não tem uma
área no cérebro que lhe permita fazer um julgamento. A mediunidade está
ligada a uma questão de senso-percepção.Então, a ela não basta a existência da
glândula pineal, mas sim, todo o cone que vai até o córtex frontal, que é onde
você faz a crítica daquilo que absorve. A mediunidade é uma função de
senso (captar)-percepção (faz a crítica do que está acontecendo). Então, a
mediunidade é uma função humana.
A pineal pode ser estimulada com a entoação de
mantras, como pregam os místicos?
A Glândula está localizada em uma área
cheia de líquido. Talvez o som desses mantras faça vibrar o líquido, provocando
alguma reação na glândula. Os cristais também recebem influências de vibração.
Deve vibrar o líquor, a glândula, alterando o metabolismo. Teria lógica.
Entrevista feita por:
Paula Calloni – jornalista
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