Hoje
eu me dei uma tarefa difícil.
Abordar
a possessão versus a doença mental que explode em um surto psicótico não é
tarefa fácil, mesmo para mim que escrevo há anos sobre transe e possessão,
mesmo sendo médica há 14 anos.
Conviver com alguém que desde nascimento
apresentava comportamento normal, aceitável e tranquilo, e de repente se
deparar com o horror provocado por ele, toda a violência, toda a agressividade
comparável aos filmes de terror vendidos por Hollywood, é assustador.
Para
a maioria, a perplexidade atordoa. E
logo após, o desejo de culpar alguém ou algo se segue. Obviamente, o primeiro
ato é buscar culpados, e diante do inexplicável, sem culpados, culpar o
invisível é o segundo passo.
A
rigidez de valores morais, o
afastamento do afeto, carinho e respeito familiares. A sucessão de erros,
somados à turbulência mental provocada pela contundência dos sentimentos
contraditórios. Tudo isso, transformou-se em campo fértil para o desequilíbrio.
E a
tal genética, que fica à espreita a vida toda, aguardando apenas o “gatilho”
necessário para determinar a mudança irreparável...
Esse
menino agora percorrerá um longo caminho, de ida ou de volta, isso só o tempo
poderá dizer. Medicamentos serão necessários para a vida toda. O estrago
provocado jamais será reparado. A dor jamais curada, as feridas jamais
fechadas. É o preço pago pela dureza dos corações, pela rigidez de valores,
pela falta de amor. Amor que cura, que seda, que alivia as dores. Amor que
modifica os destinos, e que impede a genética de se manifestar. E mesmo quando
manifestada, dá força para a caminhada inevitável.
É
mais fácil culpar o invisível, e se isentar da responsabilidade.
Se
foi possessão, como foi que isso se deu? Como pode chegar a tamanho
desequilíbrio espiritual?
A mediunidade não se “instala” subitamente. Ela é um
processo natural, que acompanha o médium desde o nascimento. O médium já nasce
feito, esse é um jargão na Umbanda.
Existem pessoas sensíveis ao plano
espiritual, mas que não são consideradas médiuns. São ainda aquelas que
precisam de cuidados, pois estão em desequilíbrio emocional. Não são aptas ao
intercâmbio com os planos espirituais, pois não estão preparadas para isso.
Tudo que percebem e que sentem pode torná-las doentes se não forem tratadas a
tempo. Podendo chegar ao máximo da Obssessão e Subjugação por seres dos planos astrais inferiores, e daí por diante...
Ter percepção não quer dizer ser médium. Desequilíbrio não quer dizer
mediunidade.
Mediunidade é um faculdade para poucos. Quem vem com essa tarefa
traz consigo todo um suporte mental, físico e espiritual para isso. Seu
compromisso é respaldado, avalizado por seres espirituais de grande
responsabilidade, e que acompanham o médium durante toda a vida. Portanto, o
médium de lei e de direito não incorpora qualquer espírito que passe por ele. A
incorporação do médium de lei e de direito se dá em condições bastante
específicas, dentro dos templos, centros ou terreiros, para cumprir determinada
função e trabalho, e logo depois, estes seres iluminados se retiram, deixando
no médium grande paz e alegria. Essa é a mediunidade na Umbanda. E é assim no
Espiritismo e em qualquer outra religião que utiliza dos estados
alterados/superiores de consciência.
Culpar
a mediunidade por atos que deveriam se enquadrar dentro da classificação de
surto psicótico, é no mínimo desconhecer a real função da mediunidade.
Psicopatas:
Transtorno Personalidade Borderline (limítrofe):
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=184
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