Depoimento de Ygbere, discípulo e iniciado de Pai Rivas há 35 anos:
Ao ver esse post de nosso mestre, minha mente percorreu vários anos de minha vivência com ele e principalmente a oportunidade em ter conhecido o mestre Yapacani – W.W. da Matta e Silva. Lembro-me como se fosse ontem, quando ao terminar um rito de atendimento aqui em São Paulo, o nosso mestre convidou-me para ir para Itacuruça – RJ. Apesar do adiantado da hora (afinal já era madrugada), fomos com tamanho contentamento que me sentia uma criança que tinha ganhado um presente querido.
Sabíamos que no mesmo dia, tinha acontecido a “gira” do Vô Matta e chegaríamos por lá no início do dia. No trajeto ao RJ fomos ouvindo nosso mestre contar coisas interessantíssimas sobre a iniciação e sobre o Vô Matta e a viagem transcorreu rapidamente. Como de costume, ao chegar na Serra das Araras, na entrada para Itacuruça, paramos na lanchonete Bob’s para nos deliciar com um sanduíche de salada de atum e que fazia parte do costume de nosso mestre e logo em seguida rumamos para o destino tão esperado.
Quando lá chegamos, avistamos o Vô Matta com seu cachimbo de sempre, deitado em uma rede com sua esposa ao lado do terreirinho da T.U.O.
Meus amigos foi um dia maravilhoso, pude conhecer aquele pequeno conga físico, mas enorme em vibrações iluminadas. Ali pude ver e sentir como era verdade quando nosso mestre falava que “lá os Orixás falavam...”
Hoje ao ver o mestre Arhapiagha anunciar a reabertura da T.U.O em itanhaem – SP, enche-me de alegria e emoção, pois sei que lá estarão e as vibrações sutis do verbo iluminado, aqueles que alicerçavam o pequeno/imenso terreirrinho da T.U.O de Itacuruça.
Tenho certeza que isso vem dar sequência ao que o velho Pai Guiné desejava, ao transmitir por meio do mestre Yapacani – Matta e Silva a sucessão ao mestre Arhapiagha, em um rito que também estive a honra de estar presente.
Por meio das realizações de meu mestre, com a criação da FTU, da fundação da Casa Branca da Cura e do Destino, do Ilé Oka 7 Estradas e agora da T.U.O. tudo vem de encontro com os ditames da raiz do Pai Guiné e do Caboclo Velho Payé.
E meus amigos,sabemos que todas as religiões afro brasileiras e as teorias que a compõem apesar de sua diversidade, estão unidas por um fio condutor, e todas possuem um eixo central que é o elemento do invisível.
E estes fundamentos se desdobram ao mesmo tempo, em arte, filosofia, ciência e religião, são indissociáveis e complementam o estudo do homem iniciado.
E para estes, lembro as palavras de um antigo mestre iniciado:
"Venho falando da Tradição e da Verdade, da qual eu testemunho e como se dirá ainda, sem dúvida: O que é a Tradição? o que é a Verdade? Quais provas podemos dar? "
"A isso eu responderei ainda: tais coisa não se inventam; elas encontram-se lá onde elas mesmas estão e provam-se quando e como são necessárias.
Ygbere
Discipulo de Mestre Arhapiagha – Pai Rivas