Fiona Ehlers e Hasnain Kazim
A extensão do desastre torna-se cada vez mais visível enquanto a inundação diminui ao longo do rio Indo, no Paquistão. No vale do Swat, que foi controlado pelos talebans até o ano passado, as tropas americanas agora ajudam as vítimas. Ainda não está claro quem vai conquistar sua confiança - o governo, os ocidentais ou os extremistas.
Helicópteros de transporte militar dos EUA chegam ao nascer do dia, baixando com estrondo do céu sem nuvens, agora que as chuvas das monções terminaram. Eles pousam na cidade de Kalam, em uma elevação junto ao rio azul-turquesa, que desce em uma suave corredeira para o vale como se nada tivesse acontecido.
Soldados saltam dos helicópteros, que agora fazem vários voos por dia para Kalam, trazendo andaimes necessários para reconstruir as estradas e pontes, além de sacos plásticos com arroz, farinha, água potável e remédios. Os soldados são fuzileiros navais americanos que vieram do Afeganistão em seus Chinooks e outras aeronaves de transporte. Até meados do ano passado, seus aliados paquistaneses continuavam lutando contra os taleban aqui no vale do Swat, no noroeste do Paquistão.
O inimigo dos talebans chegou ao vale, mas desta vez não há bombas a bordo. Os americanos vieram salvar vidas.
A população de Kalam é da etnia pashtun - homens barbados usando gorros de lã e mulheres vestidas em burqas marrons, que se aproximam dos helicópteros para receber as provisões. Eles sabem que estariam perdidos sem esses soldados estrangeiros, sem a comida e as doações de todo o mundo.
O alcance do desastre
A cidade ficou isolada do mundo exterior durante dez dias. Algumas aldeias no vale do Swat continuam inacessíveis, cinco semanas depois da enchente. Segundo voluntários da Cruz Vermelha no campo de pouso construído às pressas, quatro mulheres e seis crianças morreram em Gabral, a poucos quilômetros de distância, dez dias atrás. Foram vítimas da fome, porque as estradas de acesso à aldeia estão destruídas e os helicópteros não conseguiram pousar lá.
A cidade ficou isolada do mundo exterior durante dez dias. Algumas aldeias no vale do Swat continuam inacessíveis, cinco semanas depois da enchente. Segundo voluntários da Cruz Vermelha no campo de pouso construído às pressas, quatro mulheres e seis crianças morreram em Gabral, a poucos quilômetros de distância, dez dias atrás. Foram vítimas da fome, porque as estradas de acesso à aldeia estão destruídas e os helicópteros não conseguiram pousar lá.
Kalam, no norte do vale do Swat, foi um dos primeiros lugares devastados pela enchente no Paquistão. Só agora, com a água mais baixa, o verdadeiro alcance do desastre é visível. Cerca de 70 mil pessoas ficaram sem casas, os hotéis e restaurantes foram mergulhados na enchente e a safra, os famosos pêssegos e maçãs do vale do Swat, vai apodrecer nos campos. A inundação transformou esta área em um gigantesco leito de rio, uma terra devastada por lama e detritos.
Um grupo de sobreviventes se reuniu ao redor de um dos poucos aparelhos de TV que funcionam na cidade. Assistem a vídeos das enchentes conforme percorriam o Paquistão de norte a sul e imagens de partes submersas do Punjab, evacuações na província de Sindh e campos de refugiados em todo o país. Eles sabem que um quinto do país ficou embaixo da água, mais de 1.700 paquistaneses morreram e pelo menos 18 milhões estão desabrigados ou se tornaram vítimas da enchente.
Sentem-se abandonados por seu presidente, Asif Ali Zardari, que viajou para a Europa quando a inundação começou e agora apresentou sua solução para diplomatas dos países doadores. Sua proposta é reconstruir as barragens e diques de maneira que a água possa simplesmente ser desviada para o deserto na próxima vez que uma grande enchente atingir o país.
Uma mãe de luto
O Paquistão, devastado pela inundação, é um país no limite. Os sobreviventes parecem aliviados enquanto cumprimentam os soldados estrangeiros na pista em Kalam e carregam sacos de alimentos nos ombros.
O Paquistão, devastado pela inundação, é um país no limite. Os sobreviventes parecem aliviados enquanto cumprimentam os soldados estrangeiros na pista em Kalam e carregam sacos de alimentos nos ombros.
Parvin Nissar, 26 anos, está agachada na lateral. Ela embala seu bebê há horas, quase em estado de transe, incapaz de esquecer o que aconteceu naquela manhã quatro semanas atrás. Foi em 29 de julho, dia em que o dilúvio irrompeu no vale do Swat. A chuva se despejava havia dias, e Nissar caminhou até o rio com vizinhos, felizes com a bênção da monção, esperando uma boa colheita e prevendo uma festa suntuosa de Eid, que marca o fim do Ramadã. Mas por volta das 11 da manhã, enquanto o nível da água continuava subindo, transformando o rio Swat em uma torrente mortal, ela apanhou seus dois filhos e subiu correndo o morro até um ponto seguro.
Fausia, de 7 anos, a filha mais velha de Nissar, se desgarrou da mãe, dizendo que ia buscar um pouco de comida. De seu poleiro no morro, Nissar viu a menina caminhar pela lama no pátio de sua casa, até que a água alcançou seu peito. Então a primeira onda se chocou com a casa, derrubando as paredes de pedra como se fossem biscoitos molhados no chá.
Depois veio a segunda onda e Fausia foi arrastada nas águas enlameadas e violentas. Como a maioria das pessoas de Kalam, a menina não sabia nadar. Seu corpo foi encontrado na margem do rio a 20 quilômetros ao sul de Kalam, alguns dias depois. Quando Nissar foi até o local identificar a filha, desmaiou no ato. Ao falar com seu marido, um trabalhador convidado em Dubai, dois dias atrás, sentiu-se tão culpada que não conseguiu lhe contar sobre a morte da filha.
Nissar se pergunta o que será dela nesse vale, um lugar assolado por tragédias consecutivas - primeiro as consequências do terremoto de 2005 na vizinha Caxemira, depois o reinado de terror dos talebans e a ofensiva militar paquistanesa contra eles, e agora a inundação.
Esqui, pesca de truta e lenços de cabeça
O vale do Swat já foi conhecido como a Suíça do Paquistão. Os primeiros mochileiros chegaram à região na década de 1970, viajando para a China ao longo da estrada do Karakorum. Eles vinham esquiar nos picos cobertos de neve, pescar trutas no rio Swat e fumar maconha nos terraços sobre o rio enquanto apreciavam as vistas panorâmicas.
O vale do Swat já foi conhecido como a Suíça do Paquistão. Os primeiros mochileiros chegaram à região na década de 1970, viajando para a China ao longo da estrada do Karakorum. Eles vinham esquiar nos picos cobertos de neve, pescar trutas no rio Swat e fumar maconha nos terraços sobre o rio enquanto apreciavam as vistas panorâmicas.
Mais tarde, a classe média afluente paquistanesa descobriu a região, com suas temperaturas amenas, como um refúgio de verão. Eles vinham das grandes cidades de Islamabad, Lahore e Karachi, faziam piqueniques ao lado de cachoeiras refrescantes e passavam a lua-de-mel em hotéis com nomes como "Paraíso" e "Pousada do Rio". As mulheres não usavam burqas naquele tempo, simplesmente cobriam os cabelos com lenços.
Os jovens paquistaneses modernos desejavam que todo o país pudesse ser mais como Kalam, uma aldeia cercada por uma paisagem maravilhosa, cheia de vida e mais cosmopolita que o resto do conservador vale do Swat. Mas era uma visão que acabaria sendo destruída por terremotos, os talebans e a guerra ao terrorismo.
Quando os primeiros extremistas chegaram ao vale, em 2007, rapidamente estabeleceram um Estado dentro de um Estado, adotaram a xariá como sistema jurídico exclusivo e se infiltraram por todo o país. Eles proibiram as lojas de CDs e as escolas para meninas, e os homens que ousassem raspar as barbas eram chicoteados em público. Em Mingora, a maior cidade do vale, pessoas decapitadas eram deixadas nas ruas como advertência para o resto da população. A vida também estagnou em Kalam, e os turistas deixaram de vir.
Sob pressão dos EUA, o exército paquistanês lançou uma ofensiva militar em maio de 2009 para recapturar o vale dos taleban. Trouxeram tanques, as casas foram bombardeadas com artilharia pesada e 2 milhões de moradores fugiram para campos de refugiados. Kalam tornou-se uma cidade fantasma, e só no início deste ano os moradores sentiram segurança suficiente para voltar.
Em julho eles realizaram um "Festival da Paz" no lugar onde os soldados americanos hoje pousam e Nissar chora por sua filha. Assaram carneiros e desfrutaram a possibilidade de apreciar as coisas que foram proibidas pelos talebans - dança, bandas de música, torneios de pingue-pongue para mulheres. Os donos dos hotéis previam sua melhor temporada em vários anos e todos os quartos estavam reservados, prontos para abrigar cerca de 6 mil turistas de todo o país. Mas em vez deles veio a enchente.
Vontade de Alá
Hoje Kalam é novamente uma cidade fantasma. O rio escavou um novo leito três vezes mais largo que o anterior. Cerca de 120 pousadas foram levadas pela enxurrada. O "Paraíso" não existe mais e a "Pousada do Rio" foi transformada em ruínas.
Hoje Kalam é novamente uma cidade fantasma. O rio escavou um novo leito três vezes mais largo que o anterior. Cerca de 120 pousadas foram levadas pela enxurrada. O "Paraíso" não existe mais e a "Pousada do Rio" foi transformada em ruínas.
O que costumava ser um passeio ao longo do rio hoje é um barranco íngreme. Os carros dos turistas - que foram levados embora de avião assim que a monção diminuiu - continuam estacionados lá, uma avalanche de metal lembrando o que aconteceu.
Muita coisa agora vai depender de quem ajudar a população de Kalam a reconstruir a cidade - o governo, os talebans ou o Ocidente.
Ahmed Zeb, um professor de 32 anos, não acredita no que muitos estão dizendo aqui - que a enchente foi um castigo de Alá. Mas acredita que foi um desastre natural causado pelo aquecimento global, que vai acontecer de novo e que a população deve se preparar. Ele está na margem do rio, discutindo com os negociantes do bazar, tentando convencê-los a não reconstruir suas lojas na beira do rio, mas mais alto no morro seguro onde comemoraram o Festival da Paz e onde os helicópteros americanos pousam agora. Seria um símbolo do futuro, de um novo e estável Paquistão, ele diz.
Zeb afirma que o desastre da inundação é a maior oportunidade que o vale destruído já teve. As coisas estão avançando, ele diz, mas a reconstrução vai demorar anos. No entanto, o mundo está se unindo e os EUA, que muitos consideram o inimigo, está trazendo ajuda e mudando a mentalidade da população do vale.
Mas e os talebans? Eles foram realmente vencidos e desapareceram atrás das montanhas para sempre? O que acontecerá daqui a algumas semanas, quando os americanos partirem e Kalam estiver novamente por conta própria? Os talebans vão se reunir e recuperar a força, aproveitando-se de um Paquistão enfraquecido?
A voz do taleban
Um homem barbado entra em uma casa de chá em Fatehpur, uma aldeia a 50 km ao sul de Kalam. Lá não há eletricidade desde a enchente. Cinco homens estão de pé à luz trêmula das lamparinas e o abraçam sem dizer uma palavra. Ele alisa sua túnica branca, senta-se, cruza as pernas e começa a rezar. São 3 da manhã no mês do Ramadã, e os homens se sentam para uma refeição antes do amanhecer, pois devem jejuar durante todo o dia.
Um homem barbado entra em uma casa de chá em Fatehpur, uma aldeia a 50 km ao sul de Kalam. Lá não há eletricidade desde a enchente. Cinco homens estão de pé à luz trêmula das lamparinas e o abraçam sem dizer uma palavra. Ele alisa sua túnica branca, senta-se, cruza as pernas e começa a rezar. São 3 da manhã no mês do Ramadã, e os homens se sentam para uma refeição antes do amanhecer, pois devem jejuar durante todo o dia.
O nome do homem é Haji Sahab - o termo honorífico "Haji" significa que ele fez a peregrinação a Meca, apesar de só ter 26 anos. Sua voz é aguda e desagradável, mas é uma voz muito conhecida no vale do Swat.
Haji Sahab serviu como locutor da propaganda dos taleban na estação de rádio durante dois anos, recitando versos do Corão horas a fio e pregando os benefícios da vida segundo as regras do islã. Ele nunca tocou música. A música, segundo diz com o olhar grave, distrai as pessoas de Alá. Ele sorri sobre as afirmações do governo e dos militares de que não há mais extremistas no vale do Swat. "Eles destruíram nossa estação de rádio, mas continuamos aqui", diz.
Sahab uniu-se aos talebans para lutar por mais justiça em seu vale. Os taleban do Swat eram moradores locais como Sahab, insatisfeitos com os patrões ricos e mesquinhos e furiosos com a elite política corrupta e o sistema judicial ineficaz. Quando adolescente, Sahab ganhava a vida vendendo geleia picante e pão, e muitas vezes tinha de esperar meses para receber seu salário mensal de cerca de US$ 76. No outono de 2007 o vale do Swat estava firmemente controlado pelos talebans. Sahab diz que se sentiu aceito na época, mas não conta se lutou e matou.
Os militares paquistaneses capturaram Haji Sahab em março de 2010. Ele diz que foi preso, torturado e interrogado durante três meses, e que só foi libertado porque ainda conseguiu contar com simpatizantes. "Eles me soltaram porque as pessoas da minha aldeia fizeram pressão e disseram aos militares que eu sou um homem bom e honesto."
Hoje Sahab tem uma mercearia, e até soldados paquistaneses fazem compras lá, apesar de não saberem quem ele é. Vive modestamente e mantém um perfil discreto. Desde a morte de Baitullah Mehsud, o líder dos taleban paquistaneses, Haji Sahab vive em constante temor de ser preso e torturado ou morto por um teleguiado americano.
Desde a inundação, Haji Sahab passou a maior parte do tempo consertando sua casa e rezando. Como a maioria das pessoas no vale do Swat, ele também vê o desastre natural como um castigo de Deus. Citando o Corão, diz: "Por causa de seus pecados eles foram afogados (na enchente) ... e não encontraram ninguém para ajudá-los no lugar de Alá".
O que ele acha de os soldados americanos voarem sobre sua aldeia para distribuir alimentos e remédios em Kalam? Haji Sahab hesita e então diz: "Somos gratos por qualquer ajuda".
Mas os islâmicos não pediram que os moradores locais recusassem o apoio americano? Os taleban não ameaçaram matar os socorristas ocidentais? Sahab balança a cabeça, se coça por baixo do boné de oração e nada diz por alguns instantes. "Se, como suspeitamos, for revelado que os estrangeiros estão envolvidos em política e não estão aqui para ajudar as pessoas, continuaremos a lutar."
Azam Effendi, 56, também teme que a gratidão pela ajuda estrangeira possa se transformar em violência. Ele considera sua missão evitar que a população volte para os taleban agora que a inundação terminou.
Effendi é um homem alto de bigode, com uma voz trovejante. Ele usa a mesma túnica tradicional que Haji Sahab, a antiga voz da Rádio Taleban, e também cresceu no vale do Swat. Mas aí termina qualquer semelhança entre os dois.
Effendi é um general-brigadeiro aposentado, bem-sucedido e vaidoso, e as paredes de sua casa são cobertas por condecorações militares. Ele também é um grande proprietário de terras, um homem rico com enormes plantações de frutas que se estendem pelas encostas das montanhas. Mas não tem um gerador de eletricidade. "O que meus vizinhos pobres pensariam, sentados no escuro à noite, se vissem luzes na minha casa?", diz. "Ficariam furiosos, é claro."
Perspectivas para o futuro
Durante a guerra Effendi ficou em sua aldeia, Bagh Deri, para proteger sua propriedade e os moradores. Sua fazenda foi apanhada entre duas frentes. Seus ex-soldados dos quartéis próximos disparavam contra a casa de campo porque acreditavam que houvesse combatentes taleban escondidos lá. Mas as paredes também foram cravejadas pelas balas dos extremistas, que mataram um de seus empregados. No entanto, Effendi apoia a guerra contra os taleban. "Eles espalharam medo e terror. O governo não teve escolha. Tinha de agir. Mas não teria sido melhor se os tivéssemos conquistado, em vez de explodir suas casas?" Effendi acredita que isto poderia ter sido alcançado com a construção de escolas, oficinas e sistemas de irrigação para eliminar a dependência dos agricultores das dispendiosas bombas de água.
Durante a guerra Effendi ficou em sua aldeia, Bagh Deri, para proteger sua propriedade e os moradores. Sua fazenda foi apanhada entre duas frentes. Seus ex-soldados dos quartéis próximos disparavam contra a casa de campo porque acreditavam que houvesse combatentes taleban escondidos lá. Mas as paredes também foram cravejadas pelas balas dos extremistas, que mataram um de seus empregados. No entanto, Effendi apoia a guerra contra os taleban. "Eles espalharam medo e terror. O governo não teve escolha. Tinha de agir. Mas não teria sido melhor se os tivéssemos conquistado, em vez de explodir suas casas?" Effendi acredita que isto poderia ter sido alcançado com a construção de escolas, oficinas e sistemas de irrigação para eliminar a dependência dos agricultores das dispendiosas bombas de água.
Ele sai de sua casa e dá alguns passos em direção a uma mesquita de madeira decorada com entalhes. Jovens da aldeia construíram a mesquita em uma oficina que ele montou para esse fim. Effendi diz que trabalharam durante oito anos e que ele lhes pagou pelo serviço. O general aposentado vê a mesquita como uma de suas alternativas, um lugar de reconciliação, uma proposta para o governo e os taleban se encontrarem e dialogarem.
Effendi quer ser um intermediário entre o Paquistão conservador e o moderno. Ele descreve o modo de pensar dos extremistas como tradicional, não retrógrado e pré-histórico. Ele jejua e reza, mas, como muitos oficiais de alta patente, também vai a festas onde se bebe álcool. Em sua estante há livros de Lênin e Mao, assim como um livro de piadas irlandesas. Ele não tem problemas em empregar como seu administrador da fazenda um homem casado com três mulheres e que tem 13 filhos.
Desde a inundação, Effendi tem distribuído sacos de comida para as pessoas das aldeias ao redor de Kalam. Sabe que elas precisam de mais que apenas água mineral e barras de granola. Precisam de um objetivo e um futuro, diz. Effendi usou seu próprio dinheiro e doações de amigos para reconstruir uma estrada destruída e pretende começar em breve a construção de uma escola para meninas. "Quero oferecer às pessoas do vale perspectivas para o futuro", diz. "É o único modo de impedi-las de passar para o outro lado."
O primeiro helicóptero do dia está decolando agora de Kalam, a cidade devastada no vale do Swat. Os 45 sobreviventes que vão a bordo, com diarreia e braços quebrados, serão levados para um hospital. A maioria deixa sua terra natal pela primeira vez, e enquanto olham para baixo para o rio Swat azul-turquesa, com o vento soprando seus bonés e levantando suas burqas, elas vomitam de pura excitação e sorriem com coragem. Os soldados americanos passam garrafas de água para os sobreviventes da inundação enquanto eles voam para longe.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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