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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ciganos: quando não se adequadar significa ser segregado!

Ciganos são primitivos ou apenas pobres?
Por DAN BILEFSKY

PARIS - O grupo de ciganos escutava os promotores que os acusavam de ter vendido meninas como noivas por cerca de US$ 270 mil, avaliando seu preço com base na sua habilidade para furtos. Três clãs familiares da Croácia eram acusados de criar meninas e meninos, alguns com apenas 11 anos, para cometer cem roubos em 2011 na França, na Bélgica e na Alemanha.
Uma testemunha de 20 anos disse ao tribunal que havia furtado cerca de US$ 600 mil em dinheiro e joias, ou mais de US$ 7.000 por mês, desde os 13 anos de idade. Ladrões menos habilidosos podem ser punidos, inclusive sendo surrados por anciões roma (plural de "rom", forma pela qual muitos ciganos identificam seu próprio grupo étnico).
Dos 27 acusados, 26 foram condenados por forçar crianças a furtar, tendo recebido penas de dois a oito anos de prisão. No topo da rede estava uma avó de 66 anos.
Esse caso em Nancy ilustra um debate cada vez mais ruidoso na Europa acerca do que alguns chamam de "a questão rom", referência ao povo nômade que veio da Índia para a Europa séculos atrás. Estima-se que 11 milhões deles estejam espalhados pela Europa.
A descoberta de uma criança loura durante uma batida policial em um acampamento rom na Grécia, em 21 de outubro, e a prisão do casal com o qual a menina vivia alimentaram especulações de que alguns roma estariam envolvidos com tráfico de pessoas.
Na França e em outros lugares da Europa, a questão rom está vinculada a perguntas complicadas a respeito de etnia, raça, exclusão social e interesses políticos.
No julgamento de Nancy, a defesa apresentou um argumento incomum: que os roma que foram para o crime estariam simplesmente agindo conforme "o estilo da Idade Média".
Em setembro, o ministro francês do Interior, Manuel Valls, socialista, causou furor ao dizer que apenas uma minoria dos roma conseguiria se adequar à sociedade francesa. Muitos dos cerca de 20 mil roma da Romênia e da Bulgária que estão na França sem terem cidadania vivem em acampamentos esquálidos na periferia das cidades francesas.
No bairro parisiense do Marais, onde bandos de jovens roma ousadamente roubam turistas e locais nos metrôs e nos caixas eletrônicos, uma menina grávida dizia que esmolar era sua única forma de subsistência. "Não temos documentos, não temos trabalho, o que mais podemos fazer?" Acrescentou: "Também somos europeus".
Diante desse cenário volátil, a defesa apresentada no processo de Nancy foi particularmente chamativa. "É muito difícil interpretar o comportamento deles com base nos nossos próprios padrões do século 20", disse Alain Behr, advogado da defesa. "Essa comunidade atravessa o tempo e o espaço com suas tradições, e nós, na Europa, temos dificuldades em integrá-los. No entanto, eles preservaram sua tradição, que é de sobrevivência." Behr disse que a chamada venda de crianças noivas é parte da tradição multissecular do dote cigano.
Mas o promotor Gregory Weill rejeitou as explicações culturais. Ele disse que, ao chegar à cidade natal dos líderes da quadrilha, na Croácia, os investigadores descobriram as imponentes casas de mármore da família. Nas caravanas do clã no norte da França, afirmou ele, policiais acharam veículos Mercedes, óculos de sol Dolce & Gabbana e bolsas Louis Vuitton.
Com grampos telefônicos, as autoridades descobriram uma operação altamente organizada, usando crianças como ladras para evitar processos judiciais aplicáveis a adultos. Celulares foram descartados para acobertar suas pegadas, e receptadores se encarregavam de transformar joias roubadas em dinheiro vivo.
"Alguém na Idade Média não seria capaz de lavar dinheiro reunido por crianças", disse ele.
A antropóloga húngara Livia Jaroka, única representante rom no Parlamento Europeu, sustenta que décadas de discriminação resultaram em desemprego endêmico, pobreza extrema, baixos níveis educacionais, segregação habitacional, tráfico humano, abuso de substâncias e altos índices de mortalidade. "A explicação cultural para a criminalidade rom é absurda", disse ela. "Tem a ver com a economia."
Um facho de esperança está na Espanha, onde há cerca de 750 mil roma, quase metade deles com menos de 25 anos. Quase todas as crianças roma concluem a escola primária. Em 1978, três quartos dos roma da Espanha viviam em moradias inadequadas; hoje, apenas 12% estão nessa situação. Isidro Rodríguez, diretor da Fundação Secretariado Cigano, citou o acesso à educação gratuita, ao atendimento médico e a moradias sociais depois da repressão contra os roma durante a ditadura franquista.

Jaroka, que cresceu em uma comunidade pobre de músicos roma em Tata, na Hungria, disse que deve seu sucesso a seus pais, que insistiram para que ela e seus irmãos frequentassem a escola. "Nós, os roma, também precisamos aprender a nos emancipar".

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/136204-ciganos-sao-primitivos-ou-apenas-pobres.shtml

ver também:     http://alimenteocerebro.com/uma-droga-social-chamada-preconceito/

PS:
O povo cigano é um dos povos mais antigos da Europa. Fugindo da Índia há milhares de anos atrás, povoaram todo o território europeu. Dizem que sua origem é egipcia, e que foram para a Índia, sendo expulsos de lá para a Europa.
Povo apegado às tradições, seus costumes são transmitidos oralmente, de geração em geração. Não valorizam a educação formal, casam-se cedo, e valorizam famílias grandes. 
Por possuírem costumes inadequados ao século XX, para a Europa civilizada e moderna, são excluídos dos direitos civis, de cidadania, educação e saúde. Mesmo nascidos em território europeu, são considerados imigrantes, ilegais, e expulsos se localizados. Por isso, fogem. 
Se essa segregação tão "civilizada" é causadora da criminalidade, não sei. Esmolar, ler mãos, e morar em tendas são apenas os costumes visíveis aos que não pertencem ao Povo Rom. E os demais costumes? Por que respeitamos determinados povos em seus costumes, e a outros povos não???
Não estranhamos os costumes islâmicos? E mesmo assim, respeitamos o direitos que todos têm à sua religiosidade, mesmo quando ela significa analfabetismo para as mulheres, violência, estupros, comercialização (dotes/noivado/casamentos ainda na infância). E o que dizer dos costumes do Povo Judeu? Não causam tanto estranhamento quanto os costumes do Povo Islâmico? 
Mas, e se eu analisasse os costumes do meu povo, o povo brasileiro? Acaso não são diferentes dos costumes do povo europeu? E se eu falasse da minha religiosidade? Umbanda? Nossos costumes, ritos, mitos, cosmogonia, ethos, não diferem dos ritos, mitos, cosmogonia e ethos cristãos, que tangem a tradição europeia???
O que faz o povo europeu melhor que os demais povos da terra, a ponto de expulsar, segregar, e destinar todo um povo à miséria, ignorância e violência? A Espanha tem um bom exemplo de como lidar com o diferente, como ajudar na melhoria das condições de vida, mesmo que as tradições os tornem resistentes às mudanças. E os resultados confirmam que vale a pena o exercício da tolerância e do respeito ao outro.
Os últimos acontecimentos na França trazem à tona indícios de que o povo europeu ainda não superou o facismo e o nazismo. Que estes fantasmas ainda pairam no ar civilizado da Europa. Os horrores perpetrados pela colonização do Oriente, da África e das Américas não ensinaram nada? 
Mais uma vez confirmo que modernidade, cultura escrita, e estética não são sinônimos de ética, e muito menos de moralidade. As leis arduamente defendidas não garantem justiça social, respeito com as diferenças e auteridade.

Obaositala

domingo, 17 de janeiro de 2010

Igreja e Nazismo


Uol notícias
17/01/2010 - 17h51
Sombra de Pio XII marca visita de Bento XVI à sinagoga de Roma
A sombra de Pio XII, o pontífice acusado de silenciar diante do Holocausto nazista, marcou neste domingo a visita à sinagoga de Roma do papa Bento XVI, que defendeu a ajuda do Vaticano aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial e pediu "diálogo" e "aceitação" às duas religiões.

A primeira visita do Papa alemão ao templo judeu romano, seguindo os passos da histórica visita de 1986 de João Paulo II, começou com uma homenagem à placa que lembra a deportação de milhares de judeus de Roma para os campos de extermínio nazistas.

"Como esquecer seus rostos, suas lágrimas, o desespero de homens, mulheres e crianças?", disse o Papa durante seu discurso de cerca de meia hora no templo do antigo gueto judeu, diante de alguns sobreviventes.

"A Sede Apostólica também socorreu, com frequência de maneira oculta e discreta", disse sem chegar a mencionar diretamente a polêmica figura de Pio XII (1939-1958), que os historiadores acusam de passividade ante o Holocausto nazista e que o Papa alemão quer beatificar.

Em um gesto incomum diante das diversas autoridades religiosas e de personalidades políticas nacionais e locais, o presidente da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici, pediu ao Papa que abra os arquivos sobre o controverso pontífice Pio XII.

A abertura dos arquivos, que são secretos a partir de 1939, depende pessoalmente de Bento XVI, que pode autorizar sua consulta, o que até agora não fez, ao que parece, por respeito àquelas pessoas que ainda estão vivas e pelo elevado número de documentos que devem ser classificados.

"O silêncio de Pio XII diante do Holocausto ainda nos machuca, é algo que ainda falta", disse Pacifici, ao abordar um dos temas de maior divergência entre católicos e judeus, depois que ele o Papa assinou em dezembro o decreto que confirma as "virtudes heróicas" de Pio XII.

"Com a esperança de alcançar um ponto de vista compartilhado, desejamos com todo respeito que os historiadores tenham acesso aos arquivos do Vaticano sobre este período e sobre os eventos posteriores à queda da Alemanha nazista", pediu Pacifici.

Vários líderes religiosos judeus pediram que seja paralisado o processo de beatificação de Pio XII, pelo menos por uma geração, já "que fere os sobreviventes ainda vivos".

"Aprecio a reação do Papa, creio que entende nossa posição", comentou depois Pacifici, que reconheceu o papel desempenhado por vários católicos e religiosos para salvar os judeus.

"Se estou aqui, neste templo, é porque meu pai e meu tio encontraram refúgio no Convento das Irmãs de Santa Marta, em Florença", lembrou, visivelmente emocionado.

Bento XVI insistiu sobre o "patrimônio espiritual comum" entre judeus e católicos, que "oram para o mesmo Senhor, têm as mesmas raízes, mas que se desconhecem uns aos outros".

Durante sua terceira visita a uma sinagoga, depois das realizadas em 2008, em Nova York, e em Colônia, em 2005, o Papa voltou a pedir o "diálogo" entre as duas religiões e condenou firmemente "o antissemitismo" e o "antijudaísmo".

"Que essas duas pragas sejam curadas para sempre!", clamou.

Também confirmou que o Concílio Vaticano II (1962-65) e a adoção do documento "Nostra Aetate", com o qual a Igreja pôs fim "ao ensino do desprezo" pelos judeus, acusados de deicidas durante dois milênios, são "pontos firmes" entre as religiões judaica e cristã.

A cerimônia, que foi acompanhada por fortes medidas de segurança, dedicou um minuto de silêncio às vítimas do terremoto que devastou o Haiti. 


Poucas horas antes, durante a bênção do Angelus deste domingo, Bento XVI rezou pelo Haiti e afirmou que a Igreja "acompanha e estimula os esforços de diversas organizações de caridade" nesse país.



PS:
Será possível esquecer o passado de horror que a Igreja construiu para todos os povos? O discurso conciliador do Papa Bento XVI conseguirá apagar o passado da Igreja e o seu próprio passado como soldado nazista??? Esta questão é, no mínimo curiosa.
Tomara que possamos passar uma borracha em tudo e recomeçar. Mas após as palavras de alguns cléricos atualmente, dificilmente a Igreja parará de espalhar o Preconceito Religioso e a Intolerância pelo mundo.
Para aqueles que se interessam pelo assunto, vejam este link:

http://www.youtube.com/watch?v=Jr5Q5Volv88

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