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domingo, 13 de março de 2011

Mulheres mudam o rosto da medicina ocidental, antes dominada por homens

International Herald Tribune
Doreen Carvajal
Londres (Inglaterra)

Médica segura recém-nascida abandonada pela mãe no Rio de Janeiro
A unidade de cirurgia plástica no Hospital de Chelsea e Westminster recebe os pacientes numa sala de espera com cadeiras azuis acolchoadas e uma fileira de faixas amarelas no chão, como num cruzamento de ruas.

É o cruzamento para ser atendido pela médica Shweta Aggarwal, uma cirurgiã plástica em treinamento, que chama seus pacientes para consultas que vão desde queimaduras e reconstrução dos seios a lipoaspirações e implantes.
Em todo o mundo ocidental, é a sua geração de jovens mulheres que está transformando a medicina, que costumava ser um reduto dominado por homens, enchendo as faculdades e rumando para a linha de frente da clínica geral.
Um número cada vez maior de mulheres usa estetoscópios e bisturis: elas respondem por 54% dos médicos abaixo dos 35 anos no Reino Unido, 58% na França e quase 64% na Espanha, de acordo com os últimos números da Organização de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, que acompanha a tendência em mais de 30 países.
“É uma espécie de trabalho social – ser capaz de fazer alguma coisa que tem um significado, ser capaz de ajudar alguém enquanto você está trabalhando”, disse Agggarwal, 36, mãe de uma criança de um ano e portadora de cidadania indiana e inglesa. Ela se formou numa faculdade de medicina da Índia mas disse que escolheu estudar cirurgia plástica em Londres por que o treinamento e as oportunidades eram melhores, além de poder ter rotina mais flexível.
Enquanto o mundo celebra cem anos de Dia Internacional da Mulher nesta terça-feira, as mulheres no campo médico podem se orgulhar de ter feito grandes avanços.
Ao longo das últimas três décadas, a proporção de mulheres nas escolas de medicina aumentou na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália e África do Sul. A maioria das faculdades de medicina da Inglaterra tem mais estudantes mulheres do que homens, com quase 56%, ou 5.170 estudantes, nas aulas para ingressantes este ano. Levando em conta os índices atuais, o Royal College of Physicians acredita que as mulheres serão a maioria dos médicos no Reino Unido até 2017.
Mas o avanço constante das mulheres, normalmente elogiado no Ocidente e cada vez mais maior por toda, também deixou o establishment médico da Inglaterra e de outros países preocupado com o futuro, desencadeando estudos e debates acirrados sobre a tendência.
Será que a feminilização da medicina levará à perda de renda e status? Será que os países precisam treinar melhor os médicos e pagar mais para recompensar as licenças-maternidade, empregos de meio-período e empregos compartilhados, que normalmente são buscados pelas médicas que tentam conciliar o trabalho com a vida pessoal?
Alguns especialistas estão intrigados com outra questão: será que as médicas estão dando lições de como cuidar melhor dos pacientes?
O National Clinical Assessment Service, que acompanha e avalia as queixas de pacientes no Reino Unido, está pedindo mais estudos sobre as diferenças. No mês passado, ele divulgou um relatório que revia as suspensões de médicos clínicos gerais durante os últimos nove anos, um campo que será dominado pelas mulheres em 2013. Os números, ajustados para refletir a composição de toda a força de trabalho do setor, mostraram que os homens têm cinco vezes mais chances de serem suspensos do que as mulheres por causa de queixas de pacientes. Eles também costumam ser alvo de queixas de pacientes com mais frequência.
“A pergunta de US$ 64 mil é: por quê?”, diz o médico Alastair Scotland, diretor do serviço de avaliação. “Temos algumas teorias não comprovadas de que as mulheres atendem de forma diferente. Elas costumam assumir menos riscos do que os homens. Quem é cauteloso e evita os riscos tem uma probabilidade maior de buscar a ajuda de seus colegas para falar sobre os problemas, interagindo como uma equipe.”
Alguns pesquisadores alemães também detectaram sinais de um “fator feminino” nos tratamentos. Um estudo publicado em 2008 no Jornal de Medicina Interna revelou que os pacientes com diabetes Tipo 2 respondiam melhor sob os cuidados de uma mulher, mostrando uma melhora maior na pressão sanguínea, no exame de colesterol e na ingestão de medicação. Os pesquisadores disseram que as médicas mulheres provavelmente se comunicavam bem e cuidavam pessoalmente dos pacientes.
A Federação de Médicas Mulheres (MWF, na sigla em inglês), a maior organização de médicas da Inglaterra, reluta em traçar diferenças entre as técnicas de tratamento de médicos homens e mulheres, e resistiu a propostas que surgiram em suas próprias conferências para declarar que há mulheres demais no campo. Na visão da liderança, as mulheres não estão tomando conta da profissão, mas apenas alcançando os homens.
“Todos os médicos saíram do velho estilo patriarcal de 'eu sou o médico inteligente, e eu é que digo o que você deve fazer'”, disse a médica Fiona Cornish, clínica geral que trabalhou meio período enquanto cuidava de seus quatro filhos, e é presidente eleita da MWF. “Se alguém quiser fazer alguma generalização, as mulheres são mais cautelosas. As mulheres passam mais tempo falando com o paciente e ouvindo. Se você é um bom ouvinte, consegue a história exata.”
Alguns pacientes ainda têm restrições, apesar dos bons cuidados das médicas. “Os homens consideram muitos consultórios de clínica geral como ambientes muito femininos, como por exemplo, as salas de espera cheias de revistas femininas e cartazes sobre temas de saúde da mulher”, disse Colin Penning, porta-voz da Men's Health Forum, uma organização sem fins lucrativos de Londres que atua na conscientização sobre problemas de saúde dos homens. Ele acrescentou que as médicas mulheres normalmente trabalham menos horas, fazendo com que seja difícil para que os homens saiam do trabalho para se consultar com elas.
A primeira onda de mulheres estudantes de medicina na Inglaterra começou nos anos 80, e em 2007, jovens mulheres correspondiam a 57% de todos os estudantes de medicina que entravam na faculdade. Em 2010, os números começaram a se nivelar em cerca de 56%. Mais homens estavam buscando carreiras em tecnologia da informação, engenharia e matemática – campos em que a proporção de mulheres quase não mudou, ficando em menos de 20%, diz um relatório sobre as mulheres e a medicina do Royal College of Physicians.
Especialistas suspeitam que os homens sejam atraídos para os campos que pagam mais, como a engenharia da computação, que exige menos treinamento.
As mudanças de salário e gênero preocupam o médico Bernard Ribeiro, ex-presidente do Royal College of Surgeons of England e recém-nomeado lorde britânico. Numa conferência da Medical Women's Federation em 2009, ele levantou a questão de que talvez houvesse mulheres demais na medicina.
Ribeiro disse numa entrevista que ainda acreditava que era preciso fazer um trabalho para salvar “a tribo perdida da medicina”, que ele descreveu como aqueles homens que são atraídos por carreiras mais lucrativas como a indústria de serviços financeiros.
“A medicina deixou de ser uma vocação, o que é triste”, disse Ribeiro. “Rapazes inteligentes que saem da escola estão olhando para a medicina como qualquer outro emprego – quais são as perspectivas em termos de remuneração”. Ribeiro disse que é necessária uma pesquisa para explorar porque os meninos são superados pelas meninas nas primeiras séries da escola.
Entre as médicas mulheres que terminaram a formação na Inglaterra, 44% são pediatras, 49% estão na saúde pública e apenas 8% são cirurgiãs, de acordo com relatório do Royal College of Physicians. Dentro das especialidades de cirurgia, as mulheres são atraídas para trabalhos delicados como cirurgia plástica, em vez de cirurgia ortopédica, que exige muita força.
“As mulheres escolhem especialidades que lidam mais com pacientes externos e menos com emergências, porque seus empregos são mais planejáveis, enquanto os homens escolhem especialidades que envolvem tecnologia e são excitantes”, disse Jane Dacre, médica e vice-reitora do University College Hospital Medical School, que também observa que os médicos jovens, homens e mulheres, compartilham o mesmo desejo de reduzir as horas de trabalho.
Normalmente, as médicas mulheres acham mais difícil chegar a posições de liderança em hospitais e escolas de medicina. Também é mais provável que elas ganhem menos do que seus colegas homens. A Associação Médica Britânica detectou uma diferença de salário de 15 mil libras, ou US$ 24 mil, em 2009, entre médicos homens e mulheres do Serviço Médico Nacional.
Com muitas mulheres procurando empregos de meio período, novos desafios organizacionais estão surgindo, incluindo a possibilidade de que alguns países precisarão de mais médicos. A França e a Alemanha, por exemplo, já alertaram sobre a falta de médicos no futuro, à medida que os médicos mais velhos se aposentam e são substituídos por mulheres que trabalham meio período. A Associação Médica da Alemanha disse que esta é uma ameaça urgente, principalmente nas áreas rurais. Na França, alguns médicos estão tentando montar um projeto piloto para criar uma “maison medicale”, ou Casa de Medicina, onde médicos de meio período podem passar para oferecer diferentes disciplinas.
“É difícil conseguir um equilíbrio perfeito entre o trabalho e a vida particular. Faz parte do desafio”, disse a médica Beryl De Souza, cirurgiã-plástica no Hospital Chelsea e Westminster e mãe de três fihos, que trabalha com Aggarwal e duas outras cirurgiãs, Effie Katsarma e Sherine Ravenderan.
A doutora Aggarwal, cirurgiã plástica, conta com seus pais que vieram da Índia para ajudar a cuidar de seu filho. De Souza, cujo marido também é cirurgião, também buscou a ajuda dos pais. Outras mulheres criam outras estratégicas, compartilhando o emprego e trabalhando menos de três dias por semana. Alguns hospitais oferecem creches para as crianças – mas isso não é uma solução para as médicas que têm que trabalhar de madrugada.
No final do ano passado, a conferência dos médicos juniores da Associação Médica Britânica pediu ao Departamento de Saúde para começar a se preparar para uma transformação demográfica, criando um sistema regional de empregos.
Eleanor Draeger, médica vide-presidente da conferência, que estuda medicina genitourinária em Londres e tem dois filhos, lembra-se que quando teve seu primeiro filho em 2007, quatro das 11 estagiárias de sua equipe saíram de licença maternidade. Numa equipe de médicos de uma unidade pediátrica que ela conhece, nove das 10 mulheres que trabalhavam lá engravidaram no ano passado e anunciaram planos de trabalhar meio período depois de dar à luz.
A maioria dos estudos publicados na Inglaterra mostram que as mulheres acabam voltando para o trabalho, aumentando as horas à medida que os filhos crescem. Enquanto seus quatro filhos cresciam, Cornish, presidente-eleita da Medical Women's Federation, fez exatamente isso.
“Acho que a maioria dos lugares está muito mais receptiva à família agora. Quando eu comecei, eu ficava muito nervosa ao dizer que precisava sair para assistir a uma peça escolar. Agora o que me diverte é que os homens estão anunciando com orgulho que precisam ir para uma peça escolar”, diz ela.
Mas enquanto as médicas se dedicam a suas carreiras – além de cuidar dos filhos e dos pais – alguns pesquisadores na Espanha e na França descobriram que as as médicas mulheres são mais vulneráveis à pressão da carreira e da vida familiar combinadas.
No ano passado, um estudo da União Europeia com mais de 3 mil médicos franceses revelou que as mulheres tinham uma taxa de estresse maior do que a dos homens no setor de emergência. A falta de cooperação nas equipes contribuía para os surtos de estresse, de acordo com o relatório.
“Quando você corre de um paciente para o outro, você se sente culpada pela sua família. Quando você sente que o trabalho não está sendo feito como deveria, você se sente culpada”, disse a Dra. Madeleine Estryn-Behar, uma das autoras do relatório e médica do Hopital Hotel-Dieu em Paris. “O apoio social protege dos surtos de estresse. As pessoas que trabalham bem juntas têm menos problemas.”
Tradução: Eloise De Vylder

quarta-feira, 9 de março de 2011

No 100 º Dia Internacional da Mulher, ONU faz balanço de conquistas e desafios


Aproveitando a celebração do 100° aniversário do Dia Internacional da Mulher (08/03) funcionários das Nações Unidas lembraram as conquistas das mulheres ao longo dos anos e fizeram um alerta para os desafios que ainda permanecem.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que, em muitos países, mulheres e meninas continuam sofrendo discriminação e violências inaceitáveis, dizendo que “em casa e na escola, no trabalho e na comunidade, muitas vezes ser mulher significa ser vulnerável”. Ban também observou que, enquanto mais mulheres em mais países estão assumindo seu lugar legítimo nos postos de decisão, menos de 10% dos países têm mulheres como Chefes de Estado ou de Governo.
A Diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, destacou os ganhos das mulheres nos últimos 100 anos, principalmente na conquista dos direitos, mas afirmou que as esperanças de igualdade expressadas no primeiro Dia Internacional da Mulher, cem anos atrás, ainda estão longe de serem alcançadas. “A força, a produção e a sabedoria das mulheres continuam sendo os maiores recursos inexplorados da humanidade”, disse Bachelet. “Não podemos esperar mais cem anos para libertar esse potencial.”
A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, dedicousua mensagem aos papéis corajosos que as mulheres têm desempenhado nas recentes manifestações pacíficas no Norte da África e no Oriente Médio, lembrando que em momentos de transições históricas é importante assegurar que os direitos das mulheres não sejam postos de lado e que sejam tratados como prioridade.
Ressaltando os avanços feitos na saúde das mulheres e meninas, como reformas na idade mínima de casamento e de consentimento sexual, aborto seguro, contracepção e no progresso para acabar com violência sexual, a Diretora Geral da Organização Mundial de Saúde(OMS) Margaret Chan também lembrou os desafios a serem enfrentados. Entre eles estão as altas taxas de HIV entre mulheres, o aumento do consumo de tabaco e outras formas de violências relacionadas ao gênero, ressaltando que a falta de educação afeta negativamente a fertilidade, as taxas de tabagismo e a prevenção ao HIV.

Questionamento sobre Lei Maria da Penha mostra intolerância e preconceito


Em entrevista à Agência Brasil, a ministra Iriny Lopes disse que há avanços a se comemorar no Dia Internacional da Mulher (8), mas sobra preocupação no que diz respeito à consolidação dos direitos alcançados. Ela apontou como uma ameaça real às conquistas os questionamentos de parlamentares e juízes quanto à constitucionalidade da Lei Maria da Penha, que pune a violência cometida dentro de casa e motivada por questões de gênero
Ontem (8) foi o Dia Internacional da Mulher e, para a ministra da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, há avanços para se comemorar, mas, também, muita preocupação com a consolidação dos direitos alcançados. Uma ameaça real às conquistas dos últimos tempos, na sua opinião, são os questionamentos da constitucionalidade da Lei Maria da Penha que, hoje, se reproduzem em várias comarcas e tribunais.
A lei que garante punição para a violência cometida dentro de casa, motivada pela questão de gênero, chegou a ser classificada como “diabólica” por um juiz. Além disso, o artigo que garante que a vítima não será coagida a retirar a denúncia vem sendo questionado nos tribunais superiores. Para Iriny Lopes, há “intolerância e preconceito”.
A ministra assumiu como primeira tarefa de sua gestão estabelecer um diálogo com os magistrados para sensibilizá-los da importância da aplicação da lei tal como foi aprovada. Segundo ela, os juízes precisam aproximar-se mais das questões da população. “A alma da Lei Maria da Penha é que a mulher não seja coagida”, disse a ministra, em entrevista à Agência Brasil. Iriny também defendeu a formação de um banco de dados confiável para medir a dimensão da violência contra as mulheres.
Agência Brasil – A Lei Maria da Penha foi aprovada e sancionada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas, até hoje, há problemas com sua aplicação efetiva. Até a constitucionalidade da lei que protege as mulheres em relação à violência cometida dentro de casa vem sendo discutida no meio judiciário. Um juiz da cidade mineira de Sete Lagoas chegou a chamar a lei de “diabólica”. Como convencer as pessoas da necessidade de aplicação dessa lei?
Iriny Lopes – Primeiramente, seria prudente, seria bom para o Brasil que o Poder Judiciário se aproximasse um pouco mais do que são os anseios da população. A Lei Maria da Penha foi considerada pelas Nações Unidas como uma das três melhores legislações do mundo de proteção à mulher e instrumento eficaz e rigoroso contra a violência doméstica. Uma pesquisa recente mostra que 63% dos brasileiros conhecem e apoiam a Lei Maria da Penha. É um índice altíssimo. Nós poderíamos arriscar a dizer que é a lei brasileira mais popular de toda a história. O que ocorre no interior do Judiciário reflete o que vai também na sociedade. Em alguns casos, eu não generalizo, trata-se de intolerância e preconceito.
ABr – Mas não cabe ao juiz, desembargador ou ministro prezar pela aplicação da lei?
Iriny – Ao examinar um processo, aquela leitura é feita de forma contaminada pelo preconceito e pela cultura de que é natural a violência. Trata-se da naturalização da violência praticada contra a mulher e alguns magistrados já vão imbuídos dessa conduta.
ABr – Como é que o Executivo pode tratar esse assunto sem que isso caracterize invasão de Poderes ou atribuições?
Iriny – [Em] Alguns casos, é discussão sobre doutrina e é nessa ótica que queremos tratar e já estamos dialogando com o Judiciário.
ABr – O artigo da lei que não permite que a queixa seja retirada pela vítima causou discussão no Congresso [Nacional] e ainda é um ponto que muitos não aceitam. [Alguns parlamentares] Alegam que, diferentemente de outras leis, a vítima, nesse caso, a mulher, não pode se arrepender da denúncia. Como superar essa discussão?
Iriny – Posso falar [disso] com uma certa tranquilidade porque fui relatora da Lei Maria da Penha quando ela estava sendo apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O ponto contestado é o Artigo 16, que trata da ação ser ou não condicionável. A lei é clara. A mulher pode retirar, sim, a queixa, mas perante a um juiz, em audiência. Então, não há a alegada inconstitucionalidade. Existem coisas, como esse questionamento, que nos deixam perplexos. Mas a perplexidade não vai nos tirar a capacidade de ação.
ABr – Não dá para abrir mão desse ponto para manter as penalidades previstas na lei?
Iriny – Esse ponto é indispensável. As varas especializadas tanto na Justiça como na promotoria são importantes. As delegacias, núcleos e casas-abrigo são também importantes, a qualificação dos profissionais, servidores públicos que vão receber as mulheres [tudo isso] é também importante. A obrigatoriedade de uma central de dados é importante, mas o mais importante de tudo, a alma da Lei Maria da Penha, é que a mulher não seja coagida. Esse artigo a protege para que ela não seja constrangida a retirar a ação.
ABr – A senhora esperava esse embate com setores do Judiciário?
Iriny – Não se trata disso. Há questões que temos que enfrentar de forma decisiva e estou me esforçando nesse diálogo. Houve uma decisão recente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que nós, do governo, consideramos muito ruim. A decisão dá um prazo à mulher para ver se ela vai mesmo manter a ação. O agressor, ao saber disso, vai agir. A intimidação da vítima, nesse caso, é líquida e certa.
ABr – A senhora considera que essa decisão tem um caráter discriminatório?
Iriny – Sim. Quando se tem uma briga entre dois homens, por um motivo qualquer, um deles registra queixa e isso evolui para um processo, nunca se pergunta a ele se ele quer retirar a queixa ou não. Muito menos é dado a ele prazo para confirmar essa denúncia. Por que essa distinção em relação à mulher? Por que a Justiça tem que perguntar isso a uma mulher? Ela é vítima de agressão, ela apresentou denúncia. A denúncia foi objeto de inquérito, que originou uma denúncia do Ministério Público para, depois, virar um processo. Nesse tempo todo, se ela tivesse se arrependido, ela poderia ter ido lá e falado: “Doutor, quero retirar a queixa”. Não tem porque o Judiciário perguntar isso a ela.
ABr – Outro questionamento é em relação à especificidade da própria lei que protege as mulheres. Como driblar isso?
Iriny – Já me perguntaram, ao vivo, em uma entrevista: por que não há, então, uma lei especial para homens? Eu simplesmente respondi: porque não precisa. Os homens não são agredidos porque são homens. Eles são agredidos em brigas por ciúme, por bebida, por qualquer outra coisa, mas não por serem homens. Já a agressão de gênero ocorre só contra a mulher. É por isso que há a necessidade da lei. A motivação da agressão por gênero não consegue ser atingida pela legislação comum.
ABr – Que características a senhora enxerga na chamada “violência de gênero”? Como caracterizar esse tipo de crime?
Iriny – É uma violência que vem em uma curva crescente. Começa com uma agressão psicológica, do tipo: ‘Você está parecendo uma p… com essa saia’, ‘Não tinha uma outra roupa não?’, ‘Esse batom está escandaloso’, ‘Nossa, tenho até vergonha de ficar perto de você’. Depois passa para ameaça. O parceiro diz: ‘Se você for trabalhar com essa roupa, não precisa mais voltar porque você não entra mais aqui’. Depois passa para uma sacudida, depois um tapa, depois uma surra, depois o corte de dinheiro. Não passa um recurso no caso de haver um só provedor, depois cárcere privado, deixa a mulher trancada e diz que só pode sair com ele. Se sair sem ele, quando voltar, mais surra, até chegar à morte, que pode acontecer de forma premeditada ou mesmo em consequência das sucessivas violências. Vai batendo, batendo, até a mulher não resistir. É por isso que esse tipo de crime tem que ter uma legislação específica que não podemos chamar nem de especial. Trata-se de uma legislação especializada.
ABr – A senhora considera que a lei já teve um efeito de diminuir esse tipo de violência?
Iriny – Nós podemos medir a Lei Maria da Penha e sua importância para as mulheres do país pelo Disque 180, o nosso disque-denúncia. O número de denúncias ampliou-se enormemente. Tem muita gente dizendo que a violência aumentou. Eu não acho isso. O que aumentou foi a confiabilidade das mulheres. Elas sabem que podem denunciar porque serão protegidas e seus agressores serão exemplarmente punidos. É isso, as mulheres brasileiras acreditaram que poderão deixar de ser vítimas de violência porque, agora, têm uma lei que as amparam.
ABr – O que pode acontecer caso essa lei seja considerada inconstitucional?
Iriny – Se as mulheres forem frustradas no acesso ao seu direito, sustentado na Lei Maria da Penha, nós teremos um retrocesso e corremos o risco de ter aumento dos homicídios, que já não são poucos.
ABr – Como está o cenário de homicídios de mulheres provocados pela violência doméstica?
Iriny – Nossos dados estão muito atrasados. Há pouco, foi divulgado o Mapa da Violência, mas ainda não se têm mecanismos confiáveis para distinguir se as mortes são originadas pela violência doméstica ou o crime comum. Não dá para saber a quantidade de mortes que ocorrem motivadas por violência de gênero. Os dados que as polícias enviam são dados misturados.
ABr – Como resolver essa carência de dados que poderiam alimentar, inclusive, outras políticas públicas voltadas para a redução da violência?
Iriny – Nós vamos trabalhar num novo banco de dados no Brasil. É preciso que se tenha um formulário diferenciado. Na hora do óbito, a própria polícia tem que poder registrar que foi uma briga com o marido, com o namorado, com o pai ou com o irmão. Estamos ainda discutindo como será esse formulário. Ele ainda não existe, mas a própria Lei Maria da Penha determina a criação de um banco de dados no país.
ABr – Quando as polícias poderão contar com esse novo formulário?
Iriny – Estou falando em formulário porque foi a primeira forma pensada para a formação desse banco de dados, mas podemos utilizar outro mecanismo. Nesta semana, eu conversei sobre esse assunto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e estamos criando um grupo de trabalho para discutir a forma de constituir esse banco de dados e alimentá-lo com dados confiáveis. Esse banco de dados tem que nos dar a informação, por exemplo, do número de homicídios de mulheres no país, quais mortes estão relacionadas à violência doméstica e à intolerância de gênero.
Entrevista realizada por Luciana Lima, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 09/03/2011


Valores machistas e ‘inconsciente androcêntrico’ ainda predominam nas relações

A relutância de juízes e delegados de polícia em aplicar a Lei Maria da Penha é uma forma explícita de tentar manter a desigualdade entre homens e mulheres, afirma a socióloga Patricia Castro Mattos. Ela acredita que, além das formas de violência descritas na lei, existem outras formas de “violência simbólica” que perpetuam padrões de comportamento e os desequilíbrios entre os homens e as mulheres.
A eleição da primeira presidenta do Brasil aponta para o questionamento da “ordem natural dos sexos”. “Há uma mudança simbólica relevante na eleição de Dilma [Rousseff] que não pode ser ignorada”, revela. Entretanto, segundo ela, não se pode ser excessivamente otimista e afirmar que o Brasil é menos machista por ter eleito uma mulher para a Presidência da República.
A intelectual coordena o Núcleo de Estudos de Gênero da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), em Minas Gerais, e é professora do Departamento de Ciências Sociais.
Em sua opinião, ainda estão presentes no país “padrões de percepção, avaliação e comportamento androcêntrico [supervalorização do ponto de vista masculino], machista e sexista”.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista que a socióloga concedeu à Agência Brasil por email.
Agência Brasil: É possível dizer que a relação entre gêneros tende a ser mais equilibrada ou mais favorável às mulheres de classe social mais alta?
Patrícia Mattos: O fato de as mulheres entrarem no mercado de trabalho, seu maior acesso à instrução formal e sua consequente independência financeira tendem a gerar fricções que podem questionar a “ordem natural dos sexos”, gerando, assim, a possibilidade de mudanças no regime de gêneros. E, nesse caso, as mulheres das classes média e alta, devido ao seu posicionamento social, são privilegiadas em relação às mulheres da classe baixa e tendem a ter relações mais equilibradas com os homens. Isso não significa afirmar, de modo algum, que os padrões de percepção, avaliação e comportamento androcêntrico, machista e sexista não estejam presentes nas relações e práticas sociais e institucionais dessas mulheres privilegiadas. Tenho notado em minhas pesquisas com mulheres de classe média que aquelas que conseguiram uma colocação bem-sucedida no mercado de trabalho, em muitos casos, tendem a apagar as desigualdades de gênero e ressaltar toda a ideologia meritocrática, ainda que elas relatem sofrer, das mais variadas maneiras, “violência simbólica”, que é aquela forma de violência “suave”, que não é percebida enquanto tal pelas suas próprias vítimas. Já com as mulheres de classe baixa, as violências manifestas, abertas, efetivas são mais evidentes e expostas. Com isso, não estou dizendo que as mulheres das classes média e alta não sofram violências físicas, abusos e explorações, mas que esse tipo de violência, nesse estrato social, não tem a mesma visibilidade que para a classe baixa. Ainda que o “inconsciente androcêntrico” esteja presente nas relações e práticas sociais e institucionais de homens e mulheres em geral, de forma transclassista, creio que na classe baixa o sexismo e o machismo sejam encontrados de maneira mais caricata, mais bruta do que nas classes média e alta.
ABr: Como se perpetuam, nas diferentes classes, os papéis sociais atribuídos a homens e mulheres?
Patrícia: A velha e tradicional divisão sexual do trabalho, na qual os homens são exclusivamente responsáveis pelo ganha-pão e as mulheres pelo trabalho doméstico e cuidado com os filhos não condiz mais com a realidade vivida por homens e mulheres no Brasil. No entanto, esse “inconsciente androcêntrico” presente em nosso imaginário social, que coloca as mulheres como depositárias do afeto e do sentimento e os homens da razão, é atualizado constantemente em nossas práticas e relações sociais e institucionais. Recordo-me de uma propaganda veiculada em canais de TV aberta há alguns anos, na qual uma garotinha, falando com seu pai ao celular, tenta, apesar da distância entre eles, matar a saudade aproximando o celular de todas as coisas que reproduzem o barulho da casa (o tic-tac do relógio, a gravação do ursinho de pelúcia etc.). A mensagem da propaganda era: “Fique mais perto de seu pai, pois, como se sabe, o pai está sempre longe”. A representação simbólica que está posta nessa propaganda reproduz a ideia de que pai longe é coisa natural e esperada. O mesmo pode ser percebido quando voltamos o nosso olhar para as brincadeiras de crianças. Certa vez, observando a interação entre meninos e meninas numa festa infantil, na qual as crianças se entretinham jogando videogame, pude notar uma divisão clara entre os papéis assumidos pelas crianças. Enquanto os meninos jogavam, as meninas, além de ficar olhando os meninos competirem, contentavam-se em servi-los com refrigerantes. Quando eu lhes perguntei por que as meninas não participavam da brincadeira, eles me responderam que eram elas que desejavam espontaneamente assumir esse papel. Surpreendeu-me constatar que, a despeito da tenra idade e das transformações vividas pela geração dos pais dessas crianças, elas ainda reproduzem em suas brincadeiras o imaginário androcêntrico e sexista denunciado há 60 anos por Simone Beauvoir.
ABr: No texto “A dor e o estigma da puta pobre” a senhora aponta que é comum na história de vida das mulheres entrevistadas um tipo de socialização disruptiva, marcado, entre outras coisas, pela ausência paterna (e agravada com situações de abuso sexual). Há um número crescente de famílias sem pais, que impacto isso pode ter na formação das meninas e dos meninos?
Patrícia: Quando eu ressaltei a ausência paterna e a questão do abuso sexual como marcas desse tipo de socialização disruptivo [com rupturas], procurei demonstrar como a socialização familiar das prostitutas entrevistadas não lhes havia dado, quando crianças, a sensação de se “saber amada e protegida” e, mais ainda, não lhes possibilitou o aprendizado pré-reflexivo, a partir dos exemplos dos pais, de uma “economia emocional”. Não se pode, no entanto, essencializar a figura paterna sob o risco de se reproduzir os papéis sociais tipicamente masculino e feminino e ratificar, pura e simplesmente, a velha “ordem natural dos sexos”. Nesse sentido, as novas configurações de família – chefiadas unicamente por mulheres, por casais homossexuais etc., ou aquelas nas quais as mulheres é que exercem o papel de domínio – podem ser bem-vindas e propiciar o questionamento dos esquemas de percepção, de avaliação e de comportamento androcêntrico, sexista e machista.
ABr: Há magistrados que consideram a Lei Maria da Penha inconstitucional e em algumas delegacias evita-se fazer o registro de violência como agressão do cônjuge. Como a senhora vê a relutância de alguns juízes e delegados em aplicar a lei?
Patrícia: Uma das formas mais eficazes de manutenção da dominação social injusta, como bem denunciaram todos os movimentos de minorias, com destaque para o movimento feminista, é quando os dominantes recorrem ao universalismo, à igualdade de direito para reproduzir e legitimar a desigualdade de fato. É com base nesse universalismo – no texto constitucional que diz que todos são iguais perante à lei – que juízes questionam a constitucionalidade da Lei Maria da Penha, por ela garantir um tratamento especial e diferenciado às mulheres vítimas de violências físicas e todo tipo de abuso.
ABr: No artigo “A mulher moderna numa sociedade desigual”, a senhora assinala que “as mulheres não parecem ter descoberto uma forma expressiva de vivenciar sua condição (…) mas, sim, parecem ter tomado o modelo masculino como modelo a ser seguido”. É correto dizer que o que é atribuído ao universo masculino ainda é mais valorizado socialmente?
Patrícia: Não há dúvida de que a essencialização dos gêneros, que está por trás da divisão social dos papéis feminino e masculino, é baseada num sistema de classificação/desclassificação social que coloca as características tidas como tipicamente masculinas como a supremacia da razão sobre os sentimentos e as emoções, tidas como tipicamente femininas, como sendo socialmente mais valorizadas. É bem verdade que a entrada das mulheres no mercado de trabalho competitivo, a possibilidade de as mulheres ocuparem cargos de poder e prestígio social, ainda que se possa perceber nitidamente a permanência da desigualdade entre os gêneros quando analisamos a colocação das mulheres no mercado de trabalho, abre o campo para uma luta simbólica a favor das mulheres que pode permitir a desconstrução da essencialização dos gêneros. No entanto, como toda a estrutura do capitalismo está baseada na ideologia meritocrática e no consequente apagamento das relações assimétricas entre os gêneros, o grande desafio das mulheres é descobrir uma forma expressiva de vivenciar sua condição não tomando o modelo masculino como modelo a ser seguido.
ABr: O Brasil que, agora, tem uma presidenta é um país menos machista? É possível assinalar alguma mudança em pouco mais de 60 dias de poder?
Patrícia: Essa é a questão mais espinhosa para ser respondida. O risco de toda análise conjuntural é sempre incorrer na simplificação da compreensão sobre o mundo social. O grande desafio da teoria crítica é mostrar a complexidade do mundo social e questionar todo tipo de pensamento, visão, ideologia que o conceba como algo dado, como inevitável e que sirva para perpetuar e legitimar a dominação social injusta. Uma das formas mais eficazes de perpetuação da dominação é ver mudança onde existe permanência e conservação. Sem dúvida, a eleição da presidenta aponta para o questionamento da “ordem natural dos sexos”, na qual o espaço público e as posições de poder são reservados aos homens. Há, portanto, uma mudança simbólica relevante na eleição de Dilma que não pode ser ignorada ao se vislumbrar “outros possíveis”, isto é, outras formas de ser e atuar no mundo para as mulheres. No entanto, o legado que o pensamento crítico nos deixa é a tarefa de sopesar a importância da eleição de uma mulher para o cargo de maior poder político. Não podemos correr o risco de ser excessivamente otimistas e deterministas ao afirmarmos que o Brasil é menos machista por ter eleito uma mulher para a Presidência da República, sem levar em conta a força da “violência simbólica”, que perpetua a dominação social injusta, ao ressaltar a mudança, valendo-se da generalização de histórias de vida singulares.
Entrevista realizada por Gilberto Costa, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 09/03/2011
http://www.ecodebate.com.br/2011/03/09/valores-machistas-e-inconsciente-androcentrico-ainda-predominam-nas-relacoes/

terça-feira, 8 de março de 2011

Política de eliminação da miséria deve ser focada na mulher, diz Dilma

Em mensagem divulgada nesta terça-feira por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a presidente Dilma Rousseff afirma ter como "objetivo fundamental" a "erradicação da pobreza extrema".
Ela diz estar convencida de que uma política bem-sucedida de eliminação da miséria deve ser focada na mulher e na criança.
"No Brasil, a pobreza tem cara: ela é muito feminina, está ligada às mulheres. Quanto mais pobre a família, maior a chance de que ela seja chefiada por uma mulher. Estou convencida de que uma política bem-sucedida de eliminação da miséria deve ser focada na mulher e na criança."
Segundo Dilma, programas como o Minha Casa Minha Vida, o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) Mulher ou o Bolsa Família são eficientes porque privilegiam as mulheres.
"No Dia Internacional da Mulher, quero ressaltar que a eliminação da discriminação de gênero e a valorização das mulheres e das meninas são estratégias indispensáveis para alcançarmos êxito em nossa luta contra a pobreza."
A presidente destacou a Lei Maria da Penha como sinal de progresso no combate à violência contra as mulheres.
"Mas ainda há muito por fazer. Temos o compromisso sagrado de enfrentar essa questão, intensificando e ampliando as medidas adotadas no governo passado. O Brasil que queremos, e que vamos ter, é um país sem violência. É um país com água, com luz, com saneamento, com educação de qualidade e emprego digno para todos. É um país rico, em que as mulheres e os homens têm as mesmas oportunidades e privilégios, contribuindo juntos para o desenvolvimento e o criando seus filhos com dignidade e com orgulho."

segunda-feira, 7 de março de 2011

UNESCO comemora Dia Internacional da Mulher


O sofrimento de milhões de pessoas em idade escolar, adolescentes e jovens vivendo em conflito no mundo e as zonas de conflito será destaque no lançamento de Paris de Educação da UNESCO para o Relatório de Monitoramento Global, que terá lugar na sede da Organização em 08 de março, marcando o Dia Internacional da Mulher .

Diretor Geral da UNESCO Irina Bokova vai lançar a edição francesa do relatório, "A crise escondida: Conflito armado e educação" na abertura de uma conferência internacional sobre a igualdade de acesso à Educação, Formação e Ciência e Tecnologia, que reunirá um número de alto nível de palestrantes de todo o mundo. 

 "O relatório mostra como estupro e outras violências sexuais têm sido amplamente utilizados como uma tática de guerra em muitos países", disse o director-geral disse. "A insegurança e o medo associados com a violência sexual manter jovens, em particular, fora da escola. Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para destacar este ultraje e mobilizar nossas forças contra ela. "

O relatório apela para o fim da cultura de impunidade em torno da violência sexual, com o monitoramento mais intenso das violações dos direitos humanos que afetam a educação, uma aplicação mais rigorosa da legislação internacional existente e da criação de uma Comissão Internacional de estupro e violência sexual, apoiada pela Organização Internacional Tribunal Penal

O lançamento e conferência terá início uma série de eventos e iniciativas da UNESCO para celebrar o Dia Internacional da Mulher. 

A edição 2011 do Women Make the News, uma iniciativa global destinada a promover a igualdade de gênero na mídia, também vai começar no Dia Internacional da Mulher. O tema para este ano, Media e Informação Alfabetização e Sexo, visa melhorar a compreensão sobre a perspectiva de gênero nos meios de comunicação e sistemas de informação.

A edição especial da revista da UNESCO Courier também será publicado para assinalar a ocasião. Falando para os sem voz: Cinco Mulheres em Ação traz entrevistas com Michaelle Jean (Haiti), Ben Achour Sana (Tunísia), Aminetou Mint El Moctar (Mauritânia), Kamal Sultana (Bangladesh) e Monica Gonzalez Mujica (Chile).

Exposições artísticas serão realizadas na sede da UNESCO para o dia, com as mulheres artistas do Brasil, Egipto, Gabão, Líbano, Tailândia e EUA. Vários eventos culturais também estão programadas, incluindo uma noite musical com dois artistas internacionais: Kareyce Fotso (Camarões) e Geta Burlacu (Moldávia), em 8 de março.

Em 09 de março, a UNESCO irá acolher uma mesa redonda sobre Empoderamento da Mulher - social, educacional e Liderança Cultural, organizado em colaboração com a Tailândia (Sala IV). 

Dia Internacional da Mulher foi o primeiro homenageado cem anos atrás, em um punhado de países europeus. 
Todos os anos, em 08 de março, a UNESCO celebra o Dia Internacional da Mulher, hospedando um programa pioneiro, que consiste em mesas-redondas, conferências, exposições e eventos culturais que destacam questões relativas ao empoderamento das mulheres ea promoção da igualdade de gênero.

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