12 de agosto de 2010 | N° 16425
AMOSTRA DA FÉ
Religiões se mobilizam para o Censo 2010
Polêmica criada pela não inclusão dos luteranos na pesquisa se espalhou entre outras crenças Marco Antonio Alexandre Coordenador técnico do Censo 2010
A preocupação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) em ser identificada corretamente no Censo 2010 não é isolada. Outras religiões também estão preocupadas com o levantamento nacional e mobilizam seus fiéis a fim de evitar distorções e marcar território no imenso campo da fé no país.
Apolêmica publicada ontem em Zero Hora envolvendo a IECLB, que não estaria listada nos computadores de mão dos recenseadores, causou desconfiança ao sistema usado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O coordenador técnico do Censo 2010, Marco Antonio Alexandre, esclarece que não há uma lista fixa e que a base de dados das religiões declaradas em 2000 foi instalada nos computadores apenas para facilitar o trabalho dos pesquisadores:
– A questão é autodeclarató ria. Não há opções definidas. As pessoas é que vão dizer a religião que seguem.
A importância de responder corretamente o questionário tirou o sono de outros religiosos no país. A Federação Espírita Brasileira se antecipou e procurou o IBGE antes mesmo dos recenseadores saírem às ruas. A partir disso, lançou uma campanha nacional pela internet e também junto às organizações estaduais para que seus seguidores se declarassem não somente como espíritas, mas complementassem sua opção com outras expressões como kardecistas, Kardecismo, Centro Espírita, Doutrina Espírita, Federação Espírita Brasileira e Espiritismo.
– Ao se declarar espírita somente poderíamos ser confundidos com outras religiões, como os espiritualistas – explicou a presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Maria Elisabeth Barbieri.
Crenças afros e ateus querem aparecer na pesquisa
As crenças afros também se uniram em razão do Censo. Representadas oficialmente no último levantamento feito em 2000 por apenas 0,03% da população, as autoridades religiosas e ligadas à defesa da raça negra montaram a campanha “Quem é de Axé diz que é”.
– Sempre fomos discriminados e historicamente as pessoas escondiam sua religião por medo de represálias. Acabavam se dizendo católicas, mas não eram. Estimamos que 10% da população segue crenças afro e queremos mostrar isso para o país – disse Baba Diba de Iyemonja, dirigente da Congregação em Defesa das Religiões Afro Brasileiras (Cedrab) e coordenador da mobilização no Rio Grande do Sul.
Até quem não acredita em Deus ou em um Ser superior também se preocupou com o Censo. Comunidades e fóruns na internet promovem uma campanha para que os pessoas sem religião se declarem como ateus. “É importantíssimo responder Ateu ao recenseador. Finalmente temos a chance de ser contados, vamos aproveitar”, escreveu um dos usuários do site Clube Cético.
gustavo.azevedo@ zerohora. com.br
Apolêmica publicada ontem em Zero Hora envolvendo a IECLB, que não estaria listada nos computadores de mão dos recenseadores, causou desconfiança ao sistema usado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O coordenador técnico do Censo 2010, Marco Antonio Alexandre, esclarece que não há uma lista fixa e que a base de dados das religiões declaradas em 2000 foi instalada nos computadores apenas para facilitar o trabalho dos pesquisadores:
– A questão é autodeclarató
A importância de responder corretamente o questionário tirou o sono de outros religiosos no país. A Federação Espírita Brasileira se antecipou e procurou o IBGE antes mesmo dos recenseadores saírem às ruas. A partir disso, lançou uma campanha nacional pela internet e também junto às organizações estaduais para que seus seguidores se declarassem não somente como espíritas, mas complementassem sua opção com outras expressões como kardecistas, Kardecismo, Centro Espírita, Doutrina Espírita, Federação Espírita Brasileira e Espiritismo.
– Ao se declarar espírita somente poderíamos ser confundidos com outras religiões, como os espiritualistas – explicou a presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Maria Elisabeth Barbieri.
Crenças afros e ateus querem aparecer na pesquisa
As crenças afros também se uniram em razão do Censo. Representadas oficialmente no último levantamento feito em 2000 por apenas 0,03% da população, as autoridades religiosas e ligadas à defesa da raça negra montaram a campanha “Quem é de Axé diz que é”.
– Sempre fomos discriminados e historicamente as pessoas escondiam sua religião por medo de represálias. Acabavam se dizendo católicas, mas não eram. Estimamos que 10% da população segue crenças afro e queremos mostrar isso para o país – disse Baba Diba de Iyemonja, dirigente da Congregação em Defesa das Religiões Afro Brasileiras (Cedrab) e coordenador da mobilização no Rio Grande do Sul.
Até quem não acredita em Deus ou em um Ser superior também se preocupou com o Censo. Comunidades e fóruns na internet promovem uma campanha para que os pessoas sem religião se declarem como ateus. “É importantíssimo responder Ateu ao recenseador. Finalmente temos a chance de ser contados, vamos aproveitar”, escreveu um dos usuários do site Clube Cético.
gustavo.azevedo@
GUSTAVO AZEVEDO
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