Silicose, doença que afeta os pulmões, é a principal ameaça apontada pela ONG Declaração de Berna
Várias marcas de confecção de roupas, tanto de luxo como populares, continuam utilizando uma técnica de jateamento de areia para desgastar calças jeans apesar das graves consequências existentes para a saúde dos funcionários responsáveis pela produção.
A denúncia foi feita nesta quinta-feira pela ONG Declaração de Berna, que em ocasião do Dia Mundial da Saúde lançou a campanha Roupa Limpa para exigir que as empresas do setor têxtil parem imediatamente de produzir esses “jeans” desgastados. Reportagem da Agência EFE.
Esta ONG suíça – conhecida por entregar todos os anos um prêmio às empresas mais irresponsáveis em questões ambientais – denuncia que a técnica de jateamento de areia é muito perigosa para os operários.
O principal problema causado por esta técnica é a silicose, uma doença sem cura que afeta os pulmões e que avança “a uma velocidade nunca observada em outros setores de produção”, assinala a ONG.
Por isso, a campanha Roupa Limpa pressiona desde o ano passado as empresas do setor têxtil para que proíbam esta técnica.
Cerca de 20 marcas já se comprometeram a parar de usar esse método na produção, entre elas algumas famosas como Benetton, C&A, H&M, Levi’s e Mango.
No entanto, uma grande parte das marcas de luxo ignora este pedido, com exceção da Gucci, que se comprometeu a proibir essa técnica e a estabelecer um sistema de vigilância em coordenação com os sindicatos locais dos países de origem dos trabalhadores.
No entanto, lamenta a Declaração de Berna, muitas outras marcas ainda não deram resposta, como Armani, Dolce&Gabbana, Roberto Cavalli e Versace.
A marca New Yorker, presente em 31 países com 842 lojas, rejeitou categoricamente eliminar a técnica de jateamento de areia.
“É simplesmente escandaloso que uma empresa como a New Yorker continue conscientemente colocando em perigo a vida de seus operários e que marcas de luxo, como a Armani, sigam ignorando nossas exigências”, assinalou Christa Luginbuhl, coordenadora da campanha Roupa Limpa.
“As empresas do setor devem renunciar definitivamente a este tipo de técnica e assumir suas responsabilidades com os vários trabalhadores que já estão doentes”, acrescentou.
Os primeiros casos de silicose causados por esta técnica foram reconhecidos na Turquia: dois jovens que morreram com 18 e 19 anos e que tinham começado a trabalhar com a técnica aos 13 e 14 anos.
Na Turquia já foram registradas 46 mortes por silicose e mais de 1,2 mil pessoas estão doentes.
Em Bangladesh, a indústria dos jeans está em plena expansão e a situação é quase comparável a da Turquia, assinala a ONG.
Reportagem da Agência EFE, no Estadao.com.br.
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Várias marcas de vestuário concordaram em trabalhar para proibir a utilização do jato de areia, como processo de beneficiamento de jeanswear, devido aos riscos que coloca à saúde dos trabalhadores. A ação está sendo liderada pela International Textile, GarmentLeather Workers’ Federation (ITGLWF), que no início de 2011 se reuniu com os representantes de 15 marcas do segmento.
Os executivos partilharam as melhores práticas, trocaram pontos de vista e discutiram os próximos passos. "Esta reunião inicial foi muito positiva. Foi claro que as empresas participantes estavam bem informadas sobre o assunto e comprometeram-se a começar a movimentar-se", explica o secretário-geral da ITGLWF.
O jato de areia é uma técnica que permite dar uma cara usada aos jeans e envolve projetar areia no denim, o que pode levar que os trabalhadores inalem o pó, acarretando em uma doença pulmonar chamada silicose e, em último caso, levar à morte.
O secretário afirmou ainda que a proibição é a única forma de evitar isso. "Mesmo que as marcas e varejistas adotem medidas rigorosas em relação ao jato de areia, sempre haverá fornecedores que não impõem estes padrões, colocando os trabalhadores em risco. A melhor política é, então, proibir este processo na indústria de vestuário. Muitas marcas já o fizeram e acreditamos que outras devem fazer o mesmo". A mais recente marca mundial a proibir tal prática foi a Diesel.
“Mesmo sabendo que a sua produção respeita as leis locais de segurança, a Diesel decidiu proibir o uso de técnicas de jateamento com areia a partir da coleção Primavera-Verão 2012", refere em comunicado Marina Tosin, diretora-gerente da grife.
Os executivos partilharam as melhores práticas, trocaram pontos de vista e discutiram os próximos passos. "Esta reunião inicial foi muito positiva. Foi claro que as empresas participantes estavam bem informadas sobre o assunto e comprometeram-se a começar a movimentar-se", explica o secretário-geral da ITGLWF.
O jato de areia é uma técnica que permite dar uma cara usada aos jeans e envolve projetar areia no denim, o que pode levar que os trabalhadores inalem o pó, acarretando em uma doença pulmonar chamada silicose e, em último caso, levar à morte.
O secretário afirmou ainda que a proibição é a única forma de evitar isso. "Mesmo que as marcas e varejistas adotem medidas rigorosas em relação ao jato de areia, sempre haverá fornecedores que não impõem estes padrões, colocando os trabalhadores em risco. A melhor política é, então, proibir este processo na indústria de vestuário. Muitas marcas já o fizeram e acreditamos que outras devem fazer o mesmo". A mais recente marca mundial a proibir tal prática foi a Diesel.
“Mesmo sabendo que a sua produção respeita as leis locais de segurança, a Diesel decidiu proibir o uso de técnicas de jateamento com areia a partir da coleção Primavera-Verão 2012", refere em comunicado Marina Tosin, diretora-gerente da grife.
Fonte | Assinatura: PORTUGAL TÊXTIL | FOTOS: EQUIPE GUIA JEANSWEAR
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