terça-feira, 15 de março de 2011

Risco nuclear deixa mundo em suspense

Ricardo Kotscho

O mundo acordou hoje em suspense, com todas as manchetes eletrônicas ou no papel prevendo que o pior pode acontecer no Japão após a terceira explosão na usina nuclear de Fukushima Daiichi. Logo cedo, em pânico, parte da população começou a deixar Tóquio, que fica a 380 quilômetros do epicentro da catástrofe.

Como ninguém é capaz de antever até onde podem chegar os efeitos dos vazamentos nas usinas japonesas, o mundo todo entrou em alerta e vários países já começam a questionar o uso da energia nuclear.

Para se tornar a segunda potência econômica mundial (posição que perdeu no ano passado para a China), o Japão correu o risco de espalhar usinas nucleares pela sua costa. Agora, embora seja considerado o país mais seguro nesta área, o mais preparado para enfrentar eventuais catástrofes, a cada dia o país se vê mais vulnerável.
Se o pior não acontecer, só com os danos já registrados a reconstrução do Japão está orçada em US$ 180 bilhões. Não se sabe ainda quantos milhares de vidas humanas terão sido tragadas pelas águas.
Será este o preço do progresso? Não será o caso de se repensar os rumos da economia mundial, investir em novas fontes de energia mais seguras, lembrar que não viemos ao mundo só a trabalho?
Afinal, houve um tempo em que sobrevivemos sem entupir nossas ruas de carros (já vou logo respondendo que decidi vender o meu, que está encostado na garagem) e os céus de aviões e helicópteros, sem ocupar todo espaço urbano com concreto, sem poluir as águas e o ar, sem acabar com as matas para consumir tantos supérfluos e comer tantas porcarias.
Não, não sou um dinossauro contrário à evolução da humanidade, às novas descobertas da ciência e ao progresso tecnológico. Só acho que um país não pode pensar apenas no crescimento do PIB, o Produto Interno Bruto, que mede tudo o que produzimos.
Com o coração na mão, de olho na fumaça que sai das usinas nucleares no Japão, deveríamos todos nos preocupar mais com a vida dos cidadãos deste planetinha, que é ainda a maior riqueza que temos, e da qual só nos lembramos quando estamos na iminência de perdê-la.
Tarda, mas ainda é tempo de mudar o rumo e investir mais na felicidade do que na produção, no ser do que no ter, no amar do que no concorrer, na solidariedade do que no confronto, na vida do que na morte.

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