Por Diego Muniz, Felipe Candido e Mariana Rodrigues
Fotos de Emir Penna e Beti Niemeyer (com Maria Bethânia)
Fotos de Emir Penna e Beti Niemeyer (com Maria Bethânia)
Quando a maranhense Rita Ribeiro gravou "Cabocla Jurema", um ponto de macumba, no primeiro álbum, em 1997, não poderia imaginar que seria só o embrião de um projeto que hoje comemora sete anos. Foi assim que nasceu Tecnomacumba, hoje um show, dois CDs e um DVD. A junção das batidas eletrônicas com o som tocado em terreiros de Umbanda e Candomblé resultou nesta ideia de Rita. Agora, ela se prepara para levar sua festa para fora do país e mostrar o que já percorreu o Brasil inteiro. Leia a entrevista exclusiva com Rita Ribeiro.
Quando decidiu seguir a carreira de cantora?
Rita Ribeiro. Sempre considero que o início da minha carreira, o ‘clique’ de que eu queria seguir como cantora em 1989, foi quando fiz um show em São Luís. Eu já cantava, participava de festivais em São Luís. Mas resolvi fazer um show solo, que se chamava Cunhã, que é um termo indígena que simboliza a transformação da índia menina para a índia mulher. E era um momento em que eu achava que estava desabrochando para a vida, principalmente para a vida artística. Fiz um show bem elaborado, pensado, no Teatro Arthur de Azevedo, que é o Teatro Municipal da cidade, com a direção musical do Zeca Baleiro, que nessa época nem era Baleiro. Fizemos um show com arranjos bastante inovadores para a época, para o contexto da cidade, uma proposta diferenciada. Eu cantava Villa-Lobos, "Cabocla Jurema", que é cantiga de umbanda, que eu canto em todos os meus shows até hoje. Eram delírios meus e de Zeca Baleiro. Aquilo causou um frisson, chamou a atenção de todos, do público e da imprensa. Quando entrei no palco, acima de tudo, despertou em mim algo que eu estava tentando descobrir. Naquele momento, pensei: "é isso que eu quero para minha vida, é isso que vou fazer". Na época eu era estudante de enfermagem, mas me deu esse clique. Não tenho dúvida, eu vislumbrei uma luz, algo muito forte. Saí de lá completamente segura daquilo.
Há músicos na sua família?
Rita Ribeiro. Sou de uma família grande. Meu pai era músico, e havia uma tradição de músicos na família. Mas ninguém tinha pretensão de ser artista, ou se teve foi boicotado pelas estruturas da vida. Algo que poderia ter acontecido comigo se eu não fosse tão teimosa. Já trazia na veia esse DNA musical da família. Sou de uma família de 11 irmãos, meus pais nunca pensaram que eu pudesse viver da minha arte. Não me incentivaram por uma questão de prevenção, não para me boicotar. E eu fui contra essa corrente, foi nesse momento que deu o clique.
Quando decidiu mudar para São Paulo?
Rita Ribeiro. Fiquei em São Luís até os 23 anos. Nasci em São Benedito do Rio Preto, do lado dos lençóis maranhenses, aos 5 anos fui para a ilha. Lá, vivenciei muito a cultura popular, a cultura local. Já tinha essa vivência artística muito forte. No ano seguinte ao do show Cunhã, decidi que era hora de mudar, por ser um lugar muito pequeno, não me dava muitas possibilidades de ampliar meu trabalho, de estudar. Aí me casei com um jornalista paulistano, o Sergio Castellani, e a gente se mudou, ele estava voltando para São Paulo e eu fui morar com ele.
Foi na mesma época que o Zeca Baleiro foi para São Paulo também?
Rita Ribeiro. O Zeca veio um ano e meio depois. Eu ficava dando uma cutucada nele, falando que ele tinha que vir também. Aí ele veio. E começou toda a minha história aqui. São Paulo é um choque para quem é de uma cidade praiana como eu, outro ritmo de vida, o olhar é mais plano. Eu era mais uma imigrante, mais uma nordestina, tinha espaços e pessoas a serem conquistados. Foi um período, de 1990 a 1996, de muita batalha, ralação, de fazer coisas que não tinham nada a ver com a minha área artística, de ser recepcionista, de ser vendedora, de ser pesquisadora, de fazer um pouco de tudo para pode viabilizar a minha arte. Mas era algo tão claro, que o processo doloroso acabou superado pela vontade, pela determinação e objetividade.
CARREIRA
Seus trabalhos lançados são muito diferentes entre si, mas não se ouvem críticas de que você não tem uma identidade ou não encontrou um caminho. Pelo contrário, a legião de fãs só aumenta. Você se vê como uma “camaleoa”?
Rita Ribeiro. Eu me enxergo, sim. Sou muito inquieta, nunca tive medo de arriscar, sempre achei que tinha que fazer o diferencial das coisas, por ter algo a propor. Por conta disso, tive que correr riscos, precisei me transformar. Graças a Deus recebi um dom divino, a minha voz, que me permite passear por vários gêneros musicais. Isso não é arrogância, é apenas uma consciência que eu fui tendo ao longo dos anos. Eu me encaixo muito bem cantando samba, funk, uma canção, uma balada. Não tenho nem explicação direito para isso. Mas é por isso que meus discos têm esse leque de possibilidades, vai encontrar coisas de cultura popular, reggae roots, uma baladona radiofônica, e, então, você vê algo radical, com misturas eletrônicas. Ali a minha preocupação era fazer essas intervenções todas, mas sem perder a unidade. E o que dá a unidade é meu timbre, meu estilo de cantar e a costura que eu faço com todas as canções para dar unidade, um sentido. Por isso, eu sou o que pode se dizer até hoje em dia uma palavra banal, sou uma cantora eclética, tenho um leque variado de possibilidades.
Por que decidiu mudar para o Rio de Janeiro em 2001, depois de mais de 10 anos em São Paulo?
Rita Ribeiro. Foram vários motivos, mudei pelo mar, pela natureza e pelo meu trabalho de cantora. Não tem uma explicação muito lógica, mas o Rio de Janeiro consegue te dar uma projeção nacional um pouco maior do que São Paulo. As cantoras que se deslocam para o Rio alcançam mais que as cantoras paulistanas. São maravilhosas, mas que você vê que estão mais em um contexto paulistano, queria ampliar mais. Apesar de hoje eu achar que posso viver em qualquer lugar, tenho uma estrutura de trabalho que me possibilita isso.
Está adaptada ao Rio de Janeiro?
Rita Ribeiro. O tempo carioca é diferente, as pessoas não têm tanto a urgência de tudo. Isso no começo me deixou desesperada. Depois de 11 anos de São Paulo, o fluxo de tudo para já, tive que dar uma relaxada. Tem muitos músicos maravilhosos, coisas interessantes, o universo da cultura popular do Rio é muito lindo, o universo do samba, das escolas, dos terreiros, movimento da lapa, das orquestras, é muito forte. Eu tenho vivenciado isso intensamente. Para mim tem um grande aprendizado, estou gostando de viver no Rio, estou me sentindo mais carioca.
TECNOMACUMBA
Rita Ribeiro. Depois do terceiro disco [Comigo], encerrei o contrato com a gravadora, sabe aquele período que você fica meio em transição, pensando no que vai fazer, estava vindo de um circuito que tinha que gravar todo ano. Resolvi dar uma relaxada e me focar nos meus projetos e um deles era o Tecnomacumba. Eu vinha ensaiando o projeto já nos meus discos anteriores. O pontapé inicial foi quando gravei, em 1997, no primeiro disco, o ponto da "Cabocla Jurema". É um ponto que eu recolhi em um terreiro maranhense e que tem essa fusão das batidas eletrônicas, utilização das ferramentas tecnológicas e a fusão com o som dos tambores originais, do terreiro. Quando fiz isso, a imprensa ficou sem entender, para explicar, eu cunhei este termo, isso é uma ‘tecnomacumba’. Não no sentido de música techno music que veio a surgir, mas no sentido de tecnologia como ferramenta musical, processamento de som, samplers. A gente ensaiou uns timbres relacionados com a disco music, muito mais do que com a música eletrônica. Neste período, surgiu o termo e a primeira ideia de unir os beats eletrônicos com o som de terreiro. No segundo disco, fiz uma música em homenagem aos Orixás, que é "Na Gira". Ela também fala desse universo, da cultura africana, da religiosidade. E no terceiro, gravei "Moça bonita", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. É um retrato da figura da pombagira, com essas interferências de timbres eletrônicos e batidas de terreiro.
E quando resolveu reunir tudo em um único projeto?
Rita Ribeiro. Depois de tudo isso, pensei que estava na hora de extravasar e colocar tudo isso em um disco só. Já morando no Rio de Janeiro, eu falei "vou botar este projeto na roda". Fechei uma casa de shows no Rio para fazer dois meses de shows com convidados, a ideia era fazer um grande terreiro eletrônico, que as pessoas na pista pudessem dançar, curtir e se divertir. Com DJ e banda. Fiz isso em 2003. Os convidados na época eram Sandra de Sá, Lecy Brandão, Marcos Suzano e Lucas Santtana. E foi sucesso absoluto, o carioca abraçou o projeto na primeira temporada. Tive apoio da rádio MPB FM. Logo em seguida recebi um convite do Tetro Rival para fazer o show lá. E acabei ficando quatro anos nesse teatro, recebendo vários convidados ao longo do ano, quinzenalmente. Fui levando mais gente, foi ficando mais popular, mais conhecido, virou um programa de calendário carioca. O público começou a pedir um disco, um DVD. A ideia original era já lançar ao vivo, mas na época eu não tive estrutura suficiente para fazer, fiz em 2006 o disco gravado em estúdio.
Como foi a construção do repertório e do projeto?
Rita Ribeiro. Foi pesquisa, lembrança, um apanhado de coisas. Primeiro eu pensei em Tecnomacumba ser percussão e DJ, radical, e pontos de macumba. Depois pensei no público que conquistei com meus outros discos, não podia deixar essas pessoas órfãs. Tinha que saber fazer essa transição de maneira inteligente. Como eu poderia fazer isso? Comecei a fazer pesquisa no cancioneiro brasileiro, de compositores que bebem na fonte da religiosidade africana. Vi que dá para fazer sete Tecnomacumbas (risos). Então eu selecionei canções populares e incluí pontos típicos de terreiros, que são mantras, cânticos que são cantados nos terreiros de Candomblé e Umbanda. E toda arregimentação da banda, deu muito certo. E eu fui buscar "Rainha do mar", de Dorival Caymmi, um clássico, "É d'Oxum", de Gerônimo - Vevé Calazans, outro clássico."Deusa dos Orixás", um grande sucesso com a Clara Nunes, peguei Jorge Benjor, "Domingo 23", "Oração ao tempo", que é uma coisa linda de Caetano Veloso e"Jurema", que já existia. Fui montando todo o repertório com essas canções.
Você teve vontade de colocar outras canções, de ir atrás de mais repertório?
Rita Ribeiro. Incluí coisas novas. Eu já me perguntei se o público não cansa de ouvir o mesmo repertório. Não cansa, como canta do começo ao fim, ama de paixão. Se eu quiser colocar músicas novas, eles vão adotar, mas ainda vão querer ouvir as outras. Mas eu não tive tempo, este projeto não teve pausa, estou há sete anos em cartaz mesmo. Eu me apresentei em todos esses anos. Nessa correria de trabalho, depois de quatro ou cinco anos, eu pensei: "Bom, agora vou fazer quando pedirem", e achei que iam parar de pedir, mas não. Foram lugares em que não tinham visto, então não tinha muito que mudar, tinha que mostrar o que era. Mas eu incluí "Mamãe Oxum", que é um domínio público que o Zeca Baleiro gravou. Estou fazendo "Deixa a gira girar", que gravei com as Três Meninas do Brasil, que é um projeto paralelo [de 2008, com Teresa Cristina e Jussara Silveira, que juntas lançaram um álbum ao vivo pela Biscoito Fino]. Estou fazendo uma música do Chico Cesar que se chama "Catimbó", que fala do universo do Preto Velho, que também está incluída no show que fiz agora com eles. Coloquei "Caxambu", de Almir Guineto, na qual coloquei um funk carioca e chamei o Jongo da Serrinha para participar. Eu vou fazendo umas interferências durante o processo de trabalho. Tem sempre o Tambor de Crioula no final. Tem os bailarinos, que dançam simbolizando Oxum e Xangô. No repertório estou começando a mexer mais depois de 7 anos, tenho experimentado e o povo está me pedindo o Tecnomacumba 2, eu não estou podendo [risos].
Mas está dando fôlego para o projeto....
Rita Ribeiro. Estou deixando acontecer naturalmente. Ele tem autonomia. Já encerrei Tecnomacumba em 2007, mesmo, oficialmente, e não consegui. Tanto que depois gravei um CD e DVD ao vivo. Eu falei: "Quer saber? Não vou brigar, é um projeto legal, popular, de sucesso, as pessoas se jogam". Sempre que der para fazer, vou fazer. Não estou mais fazendo aquele movimento de empurrar como o empurrei. Fiz muito isso no começo. Agora ele vai no fluxo, e eu acho maravilhoso.
Em fevereiro, você fez duas apresentações, no Rio e em São Paulo, com a participação de Chico César e Zeca Baleiro. Eles já tinham participado do projeto?
Rita Ribeiro. Nunca participaram, faltavam eles. O encontro musical com Chico César e Zeca Baleiro, na comemoração de sete anos de Tecnomacumba,foi uma celebração de vida e arte. Por tudo que o projeto representa na minha carreira artística e pela cumplicidade e parceria desenvolvida ao longo dos anos com os dois, posso dizer que mais uma vez o universo conspirou a favor, colocando-nos em total sintonia musical.
O que eles cantaram?
Rita Ribeiro. Fiz um roteiro das participações de maneira que eu pudesse tê-los o máximo de tempo possível no palco, sendo assim, escolhi, para cantar com Zeca,"Domingo 23", e com o Chico cantei "Cavaleiro de Aruanda" (Toni Osanah) e Catimbó (música nova do Chico para Tecnomacumba). Além dos encontros em dupla, escolhi três canções que pudéssemos fazer em trio, são elas: "Oração ao tempo, "Mamãe Oxum" (domínio público) e "Deixa a gira girar (Os Tincoãs).
Rita Ribeiro. Fiz um roteiro das participações de maneira que eu pudesse tê-los o máximo de tempo possível no palco, sendo assim, escolhi, para cantar com Zeca,"Domingo 23", e com o Chico cantei "Cavaleiro de Aruanda" (Toni Osanah) e Catimbó (música nova do Chico para Tecnomacumba). Além dos encontros em dupla, escolhi três canções que pudéssemos fazer em trio, são elas: "Oração ao tempo, "Mamãe Oxum" (domínio público) e "Deixa a gira girar (Os Tincoãs).
Como Maria Bethania foi parar no DVD Tecnomacumba? Ela não é uma pessoa fácil...
Rita Ribeiro. É, ela não é uma pessoa muito acessível. Ela é criteriosa. Engraçado, tenho um sistema de projeção na minha vida. Quando eu comecei a fazer Tecnomacumba, a Maria Bethania estava fazendo Brasileirinho. Se você pensar nos dois, dadas as proporções, eles são parecidos, porque é onde ela escancara mais a religiosidade dela na música. Brasileirinho é muito isso. Tive um clique, nós estávamos na mesma sintonia. Tudo bem que eu estava com a parafernália eletrônica da banda, ela lá com aquele jeito lírico, mas a gente estava em sintonia de ideias. Ela trata a música como uma entidade, como uma religião, como eu também trato, então também tem esses paralelos. E aí foi acontecendo o Tecnomacumba. Quando eu fiz Três Meninas do Brasil, convidei o Jaime Alem para ser o diretor. Graças a Deus ele aceitou; eu sempre o admirei. E com o contato com ele, chegamos mais perto de Bethania. Porque nós apresentamos o projeto Três Meninas para ela, que achou superinteressante, acabou lançando pelo selo dela, Quitanda, que é distribuído pela Biscoito Fino. Neste processo, entrei em contato com ela, fui saber que ela admirava meu trabalho, gostava de mim, da minha voz. A gente ficou conversando horas, descobrindo quais os santos de devoção tinha em comum, Santa Rita, Santo Antonio. Somos geminianas, e geminianos ficam se lambendo. Sabia disso? E três meses depois gravamos o Três Meninas do Brasil. Conversa vai, conversa vem, ia gravar o DVD, falei com o Jaime Alem que eu queria convidar Maria Bethânia. E pedi que ele fosse a ponte. Aí foi impressionante, ele falou para ela, eu liguei, ela aceitou de primeira. Fiquei muito feliz. Sei que ela estava com outros convites e ela disse que não queria ninguém, mas topou fazer o Tecnomacumba. Ela deu um depoimento lindo no DVD, falou o que acha do meu trabalho, e fez aquela apresentação maravilhosa.
Você já tinha pensando nela para participar da música "Iansã"?
Rita Ribeiro. Já, claro, a própria divindade em pessoa. De Iansã para Iansã. Porque eu também sou filha de Iansã. Ela só podia cantar essa música, foi feita para ela essa canção. Graças a Deus deu tudo certo. Ela foi superamorosa, gentil e acolhedora.
PRÓXIMOS PASSOS
Quais são os planos para o projeto agora depois de sete anos?
Rita Ribeiro. É uma data muito simbólica, forte, seria a complementação de um ciclo. Talvez fechamento de um e abertura de outro. Porque agora o Tecnomacumba está com possibilidade para ir para fora do Brasil. Levei para a África, no final de 2010, fomos ao Senegal. A experiência no festival de Artes Negras no Senegal foi muito boa, uma bênção. Poder dar o pontapé inicial em um processo fora do Brasil, no continente africano, foi como pedir a bênção à Mãe África. Agora, vamos começar um novo processo. Estamos vislumbrando isso. Fazendo contatos com festivais na Europa. Temos um convite da Áustria, já em abril. E, assim, dessa forma, vai se configurando. Estamos fazendo esse movimento, que requer um investimento maior, um planejamento.
Você não tem mais uma gravadora?
Rita Ribeiro. O Tecnomacumba iniciou meu projeto de independência, minha gravadora é a Manaxica Produções. Tornei-me uma cantora independente. O que não quer dizer que eu não vou mais realizar projetos com gravadoras. Realizei o Três Meninas pela Biscoito Fino, que é a minha distribuidora do Tecnomacumba. Eu fiz uma parceria para a realização do DVD, que incluiu a Petrobrás e o Canal Brasil. A ideia hoje é tentar juntar empresas e instituições, onde cada um tenha o seu retorno artístico e financeiro, e eu possa viabilizar os projetos. Eu não tenho condições de bancar sozinha.
Há três anos você lançou Sub(Urbano)Coração. Ainda existe?
Rita Ribeiro. Ele nem existe mais, apenas como show. Quando encerrei Tecnomacumba, em 2007, eu resolvi fazer algo totalmente diferente, partir para outra história. Pensei em um show mais acústico, estava querendo cantar só acompanhada de violões. Parti para esse projeto total baseado nas cordas, nas vocais, nas dos violões, do coração, trazer o sentimento urbano e da periferia, por isso essa coisa de Sub(Urbano) Coração. Fiz vários shows, mas aí fui percebendo que as pessoas olhavam para mim e diziam "Tecnomacumba". E eu pensava: "Não vou ficar refém, não". Mas também não tinha ainda chegado ao ponto em que eu queria com o projeto. E foi quando aconteceu o convite do Canal Brasil para gravar o DVD, então não teve jeito, tive que parar e gravar o DVD.
E tem planos para outros projetos?
Rita Ribeiro. Tinha que esperar fazer os sete anos para reinventar. Estou procurando um caminho no qual eu não tenha que me desfazer do Tecnomacumba. Mas ao mesmo tempo quero poder passear por outros gêneros, que eu já sou acostumada a fazer e encontrar uma ideia que me satisfaça e que possa também satisfazer o meu público. Estou neste processo de busca.
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