Dissidente chinês Liu Xiaobo cumpre uma pena de 11 anos por "subversão do poder do Estado"
O dissidente chinês Liu Xiaobo, Nobel da Paz 2010, dedicou seu prêmio às vítimas da praça de Tiananmen que morreram durante a repressão do movimento pró-democracia, informou neste domingo a ONG Human Rights in China (HRIC), que entrou em contato com a esposa do dissidente detido depois que ela conversou com o marido.
A HRIC também confirmou que, depois de ter visto o marido, Liu Xia foi colocada em prisão domiciliar em Pequim.
— Este prêmio é dedicado às almas perdidas em 4 junho — afirmou Liu Xiaobo a sua esposa, Liu Xia, aludindo ao movimento democrático da Praça de Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim, organizado pelos estudantes em 1989 e violentamente reprimido pelo governo chinês.
Segundo a HRIC, o encontro do dissidente com sua esposa durou cerca de uma hora, quando ele foi informado sobre sua premiação. Segundo a esposa, Liu Xiaobo, com lágrimas nos olhos, afirmou ainda que as vítimas de Tiananmen deram sua vida "pela paz, liberdade e democracia".
A Human Rights in China também anunciou ter se inteirado da prisão de Liu Xia e disse, em um comunicado, que "reclama energicamente da comunidade internacional que se pressione as autoridades chinesas para que libertem imediatamente Liu Xia de sua prisão domiciliar, deixem Liu Xiaobo livre e libertem todos os prisioneiros políticos detidos como resultado de exercer seu direito à liberdade de expressão".
Outra organização humanitária, a Freedom Now, também denunciou que a esposa do ativista está detida em sua casa em Pequim.
— Ela está, neste momento, sob prisão domiciliar de fato em seu apartamento de Pequim — informou Beth Schwanke, conselheira legislativa do grupo referindo-se à esposa de Liu Xiaobo.
Schwanke contou que, depois do anúncio na sexta-feira de que seu marido era o vencedor do Nobel da Paz, ela foi informada que seria detida.
— Disseram a ela que seria levada à prisão onde seu marido está preso — afirmou a porta-voz da Freedom Now.
Imediatamente depois do anúncio do Prêmio Nobel da Paz, as autoridades chinesas organizaram a visita de Liu Xia ao marido, que se encontra num presídio no nordeste da China. Ela foi levada no sábado e voltou para casa neste domingo, segundo a ONG. Mas ativistas de direitos humanos informaram que, depois da visita, o celular de Liu Xia foi confiscado e ela tem sido mantida incomunicável.
— Depois que ela voltou para Pequim, eles disseram que ela não poderia deixar o apartamento em que mora — informou Schwanke.
A notícia da visita de Liu Xia ao marido foi anunciada mais cedo por ONG, citando a sogra de Xiaobo.
O Centro de Informação dos Direitos Humanos e a Democracia, organização com sede em Hong Kong, afirmou em um comunicado que o casal realmente se encontrou, mas que Liu Xia estava incomunicável desde a noite de sexta-feira.
O Prêmio Nobel da Paz 2010 foi atribuído na sexta-feira a Liu Xiaobo "por seus esforços contínuos e não violentos em prol dos direitos humanos na China", segundo o Comitê Nobel norueguês.
Liu Xiaobo, de 54 anos, cumpre uma pena de 11 anos em regime fechado por ter sido um dos autores da Carta 08, exigindo a democratização da China. Ele foi condenado por "subversão do poder do Estado". As autoridades chinesas prenderam dezenas de partidários do ativista em Pequim, Xangai e outras cidades que comemoraram a premiação.
AFPA HRIC também confirmou que, depois de ter visto o marido, Liu Xia foi colocada em prisão domiciliar em Pequim.
— Este prêmio é dedicado às almas perdidas em 4 junho — afirmou Liu Xiaobo a sua esposa, Liu Xia, aludindo ao movimento democrático da Praça de Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim, organizado pelos estudantes em 1989 e violentamente reprimido pelo governo chinês.
Segundo a HRIC, o encontro do dissidente com sua esposa durou cerca de uma hora, quando ele foi informado sobre sua premiação. Segundo a esposa, Liu Xiaobo, com lágrimas nos olhos, afirmou ainda que as vítimas de Tiananmen deram sua vida "pela paz, liberdade e democracia".
A Human Rights in China também anunciou ter se inteirado da prisão de Liu Xia e disse, em um comunicado, que "reclama energicamente da comunidade internacional que se pressione as autoridades chinesas para que libertem imediatamente Liu Xia de sua prisão domiciliar, deixem Liu Xiaobo livre e libertem todos os prisioneiros políticos detidos como resultado de exercer seu direito à liberdade de expressão".
Outra organização humanitária, a Freedom Now, também denunciou que a esposa do ativista está detida em sua casa em Pequim.
— Ela está, neste momento, sob prisão domiciliar de fato em seu apartamento de Pequim — informou Beth Schwanke, conselheira legislativa do grupo referindo-se à esposa de Liu Xiaobo.
Schwanke contou que, depois do anúncio na sexta-feira de que seu marido era o vencedor do Nobel da Paz, ela foi informada que seria detida.
— Disseram a ela que seria levada à prisão onde seu marido está preso — afirmou a porta-voz da Freedom Now.
Imediatamente depois do anúncio do Prêmio Nobel da Paz, as autoridades chinesas organizaram a visita de Liu Xia ao marido, que se encontra num presídio no nordeste da China. Ela foi levada no sábado e voltou para casa neste domingo, segundo a ONG. Mas ativistas de direitos humanos informaram que, depois da visita, o celular de Liu Xia foi confiscado e ela tem sido mantida incomunicável.
— Depois que ela voltou para Pequim, eles disseram que ela não poderia deixar o apartamento em que mora — informou Schwanke.
A notícia da visita de Liu Xia ao marido foi anunciada mais cedo por ONG, citando a sogra de Xiaobo.
O Centro de Informação dos Direitos Humanos e a Democracia, organização com sede em Hong Kong, afirmou em um comunicado que o casal realmente se encontrou, mas que Liu Xia estava incomunicável desde a noite de sexta-feira.
O Prêmio Nobel da Paz 2010 foi atribuído na sexta-feira a Liu Xiaobo "por seus esforços contínuos e não violentos em prol dos direitos humanos na China", segundo o Comitê Nobel norueguês.
Liu Xiaobo, de 54 anos, cumpre uma pena de 11 anos em regime fechado por ter sido um dos autores da Carta 08, exigindo a democratização da China. Ele foi condenado por "subversão do poder do Estado". As autoridades chinesas prenderam dezenas de partidários do ativista em Pequim, Xangai e outras cidades que comemoraram a premiação.
Liu Xiaobo é um ativista dos direitos humanos que reclamou publicamente a necessidade de o governo da China responder por suas ações. Ele já foi detido, preso e condenado repetidas vezes por suas atividades políticas pacíficas, a começar por sua participação nos Protestos da Praça da Paz Celestial, e em quatro outras ocasiões desde então.
Em janeiro de 1991, Liu Xiaobo foi condenado sob acusação de "propaganda contrarrevolucionária e incitação", mas foi isento de punição criminal. Em outubro de 1996, ele foi condenado a três anos de reeducação pelo trabalho, sob acusação de "perturbar a ordem pública", por ter criticado o Partido Comunista da China. Em 2007, Liu foi detido por um curto período e interrogado pela publicação de artigos na internet, em páginas de servidores fora do território da República Popular da China.
Sua última condenação, em 2009, gerou protestos de todo o mundo. Ele foi condenado a 11 anos de prisão por organizar um abaixo-assinado, a Carta 08, um documento baseado na Carta 77 tchecoslovaca, em que ativistas de direitos humanos cobravam maior liberdade de expressão na China.
O ativismo político de Liu recebeu reconhecimento internacional. Em 2004, a ONG Repórteres sem Fronteiras entregou-lhe o Prêmio Fondation de France, por defender a liberdade de imprensa. Em 2010, Liu recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação em defesa dos direitos humanos.
Liu foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010 por Václav Havel, o décimo-quarto Dalai Lama, André Glucksmann, Vartan Gregorian, Mike Moore, Karel Schwarzenberg, Desmond Tutu e Grigory Yavlinsky. Ma Zhaoxu, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou que a possível premiação de Liu Xiaobo seria algo "totalmente errado".
Depois da confirmação do prêmio, a agência estatal de notícias chinesa Xinhua levou ao ar uma reportagem afirmando que a premiação de Liu Xiaobo "blasfemou" o propósito de Alfred Nobel ao criar o prêmio e que ela "poderia causar dano às relações entre a República Popular da China e a Noruega". O porta-voz disse ainda que Liu havia quebrado as leis chinesas e que suas ações eram "contrárias ao propósito do Prêmio Nobel da Paz". A premiação de Liu Xiaobo foi censurada pelo governo chinês; as emissoras que transmitiam a premiação ficaram fora do ar e houve uma censura geral do fato na imprensa do país.
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